Em desdobramento de processo que ocorre na 41ª Vara Criminal da Capital, foi realizada na noite da última quinta-feira (05) uma operação policial com o objetivo de localizar móveis falsificados à venda em estabelecimentos comerciais em Teresópolis e Rio de Janeiro. Segundo as investigações, tais itens estariam sendo vendidos como se fossem criações do renomado designer brasileiro Sergio Rodrigues.
De acordo com o que foi divulgado pela TV Globo e publicado pelo G1, o processo o foi movido por representantes da Sergio Rodrigues Projetos e Licenciamentos, empresa que detém os direitos sobre as criações do designer, falecido dez anos atrás. “Entre os itens oferecidos no mercado estavam exemplares falsificados da icônica poltrona Mole, uma das peças mais reconhecidas de Rodrigues, parte do acervo do Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York”, informa o G1. Não foram informadas as localizados dos estabelecimentos investigados.
Também de acordo com a publicação, “o escritório Paulo Klein Advogados, que representa os direitos da marca Sergio Rodrigues, conduziu uma investigação particular e apresentou uma queixa-crime à Justiça. Entre as evidências, foram anexados orçamentos fornecidos pela empresa denunciada, detalhando preços de móveis supostamente assinados pelo designer: Poltrona Mole – R$ 18.000,00; Par de poltronas Tete – R$ 30.000,00 Banco Mocho – R$ 5.000,00”. Oficial de Justiça, acompanhado de peritos nomeados pela 41ª Vara Criminal, realizou buscas nos endereços investigados. Mais de 100 peças foram apreendidas e encaminhadas para análise técnica.
O artista Sergio Rodrigues é considerado um dos pioneiros do design moderno brasileiro, tendo alcançado o auge de sua carreira nos anos 1950. Além de suas criações marcantes, o designer era reconhecido por seu visual característico, com boina e longo bigode. Ele faleceu em 2014, em sua casa no bairro de Botafogo, Zona Sul do Rio, vítima de insuficiência hepática.
História da poltrona
Criada em 1961, a poltrona Mole, feita de jacarandá e couro, conquistou o Concurso Internacional do Móvel de Cantù, na Itália, marcando o início da fama internacional de Sergio Rodrigues. Atualmente, um exemplar autêntico da peça pode custar até R$ 60 mil. No entanto, um anúncio publicado por uma página de móveis antigos oferecia uma versão falsificada por R$ 18 mil. Após a denúncia, o perfil da empresa no Instagram foi removido.