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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Parque Montanhas de Teresópolis, exemplo de beleza e conservação ambiental

Unidade completa 11 anos de existência e projeta um futuro melhor para diversos bairros e localidades

Marcello Medeiros

Na próxima segunda-feira, 06, Teresópolis completa 129 anos de emancipação político-administrativa. Porém, foi no aniversário de 118, portanto em 06 de julho de 2009, que o município ganhou um dos melhores presentes da sua história recente: Nessa data, com a presença do então Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, foi assinado o Decreto Municipal 3.693/09, documento que criou o Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis. A unidade de conservação ambiental tem como símbolo a Pedra da Tartaruga, mas representa esperança de um futuro melhor não só para essa formação rochosa, mas para vários bairros e localidades onde ela está inserida. Santa Rita, no Segundo Distrito, por exemplo, duramente afetada pela Tragédia de 12 de Janeiro de 2011, hoje vislumbra um caminho diferente graças ao turismo ecológico promovido pela sede do PNMMT, que funciona na antiga Fazenda Urso Branco. O espaço já conta com duas trilhas – a do Jacu, bem fácil, para iniciantes, e a da Pedra Alpina, mais extensa e íngreme do que a primeira e de onde se tem uma vista espetacular para toda região – além de estarem em construção um borboletário, um labirinto com materiais naturais, para a diversão da criançada, área de camping, um centro de triagem de aves silvestres, entre outros atrativos. Com o cada vez maior número de possibilidades, muitos teresopolitanos que sequer conheciam Santa Rita passaram a visitar frequentemente a região.
Quem está conhecendo agora essa localidade ou esteve na Pedra da Tartaruga só recentemente, talvez não tenha ideia da importância do parque para a conservação ambiental e o turismo ecológico. Voltando ao núcleo principal, até meses antes da oficialização do PNMMT grande parte daquela região sofria com a extração de pedras. Grandes campos abertos, barulho de talhadeiras e até explosões faziam parte desse caótico cenário, indicando que, se nada tivesse sido feito, provavelmente hoje a montanha símbolo estaria totalmente descaracterizada e, possivelmente, um novo bairro teria surgido entre Salaco e Córrego dos Príncipes.
Outro bom exemplo é em relação à maneira que o local era utilizado pelos frequentadores. Em agosto de 2008, quase um ano antes da criação da unidade de conservação, grupo do Centro Excursionista Teresopolitano (CET) realizou um mutirão de limpeza na Pedra da Tartaruga e retirou, somente nas proximidades do cume, três grandes sacos de lixo – sem contar os colchões velhos e outros objetos deixados erroneamente em ambiente natural. Hoje, após mais de uma década de muito trabalho, os cenários são totalmente diferentes. Os campos abertos nas antigas áreas de extração de pedras sucumbiram aos processos de sucessão ecológica, diminuiu drasticamente o volume de lixo deixado nas trilhas, mesmo com o aumento na visitação, e diversos animais têm sido vistos em toda a região. 

Muitas opções
Atualmente, por conta da pandemia da Covid-19, o parque está aberto apenas para caminhadas e contemplação. Porém, assim que a situação voltar ao normal, mesmo que seja um “novo normal”, os visitantes poderão aproveitar áreas de camping, linhas de rapel e vias de escalada. Importante destacar que nas estradas do interior, existem muitas opções para a prática do mountain bike e caminhadas. O PNMMT tem 4.397 hectares, fazendo limite com o Serra dos Órgãos no bairro do Caleme e se estendendo até a localidade de Ponte Nova, no Segundo Distrito. 

Livro
No ano passado, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, em parceria com o Centro Universitário Serra dos Órgãos, lançou um livro para marcar a primeira década dessa bonita história. A publicação reúne diversos autores, descrevendo fauna, flora, visitação e atrativos turísticos, além de contar com a colaboração de frequentadores apaixonados da unidade de conservação ambiental. A versão online pode ser acessada em http://www.unifeso.edu.br/editora/

Um olhar para o futuro
Tudo que já foi vivido até aqui, seja antes de se pensar na criação da unidade de conservação ou nas experiências dos últimos 11 anos, por um lado mostra a importância das atividades esportivas para a continuidade do PNMMT e a conservação ambiental e, por outro, não tão belo quanto um amanhecer na Pedra da Tartaruga, a necessidade de um olhar mais apurado quanto à visitação dos ambientes que se pretende proteger. É preciso estar vigilante, sempre.
Sabe-se da garra e dedicação dos poucos funcionários cedidos ao nosso Parque Municipal e que, não fossem o pulso firme e amor pela unidade de conservação de alguns poucos servidores, hoje a situação seria bem diferente em relação às melhorias promovidas nos últimos anos e o que se encontra ao visitar os aprazíveis núcleos da Tartaruga e Santa Rita. A esperança é que, com os resultados apresentados nessa primeira década, aconteça maior investimento por parte do atual e futuros políticos à frente do Palácio Teresa Cristina. Mais braços para tocar tantos projetos e mais recursos para fortalecer a conservação ambiental e os atrativos que podem gerar grande retorno financeiro para o município através do turismo ecológico. Caminhadas, camping, escaladas, pedaladas… Há muito que fazer e muito que aprender ao visitar locais como os que são resguardados pelo PNMMT.
Nas suas trilhas ou vias de escalada, é fácil perceber que “proteger a natureza é proteger nossas futuras gerações”. A frase vai com aspas porque não é de minha autoria, logicamente. Mas, mais interessante do que saber quem a escreveu ou o que ela representa, é onde eu a li, 21 anos atrás: Estava em uma placa fixada em uma coluna atualmente fica a guarita da portaria do núcleo Tartaruga, mais de uma década antes de ser assinado o Decreto Municipal 3.693/09. Nunca esqueci essa frase e com ela, em um momento que eu engatinhava no montanhismo, nascia o amante e defensor não só da natureza, mas de uma região que precisava ser melhor explorada e vista com um olhar diferenciado para que as gerações seguintes pudessem contempla-la da maneira que ela realmente merecia. 

 

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Edição 27/11/2024
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