A internet é parte essencial da vida moderna, proporcionando acesso à informação, conectividade e inovação. Porém, junto aos benefícios, surgem desafios significativos relacionados à privacidade e segurança online, e, com o objetivo de promover um ambiente digital mais seguro, foi criado o Dia Internacional da Internet Segura, celebrado na segunda terça-feira de fevereiro em diversos países.
O Safer Internet Day surgiu em 2003, como uma iniciativa da Redes INSAFE-INHOPE e da Comissão Europeia. O objetivo principal da data é promover o uso seguro, ético e responsável da internet, conscientizando usuários sobre os riscos envolvidos na navegação online, desde a exposição de dados pessoais até crimes cibernéticos.
Ao longo dos anos, a campanha cresceu globalmente, envolvendo governos, empresas, escolas e organizações da sociedade civil para disseminar boas práticas de segurança digital e combater ameaças como cyberbullying, fraudes, roubo de identidade e desinformação.
A evolução da tecnologia trouxe novos desafios para a proteção de dados pessoais, a privacidade digital e para o nosso ordenamento jurídico. Um dos casos mais alarmantes foi a criação e disseminação de deepfakes, técnicas de inteligência artificial usadas para criar, alterar e manipular imagens, vídeos e áudios, da cantora Taylor Swift, que teve sua imagem utilizada de forma pejorativa em janeiro de 2024. Esse episódio levou a Casa Branca a intervir, anunciando a possível criação de uma legislação contra o uso indevido dessa tecnologia.
Além de deepfakes, golpes virtuais, vazamentos de dados e fraudes financeiras são ameaças constantes na internet. Empresas e usuários precisam adotar boas práticas para minimizar os riscos e fortalecer a segurança digital.
A segurança digital é um compromisso coletivo, e algumas medidas simples podem reduzir a exposição a riscos online:
- Verificação de fontes e links: antes de clicar em qualquer link ou compartilhar informações, é essencial confirmar a credibilidade da fonte. Golpes muitas vezes se disfarçam como promoções ou notificações urgentes.
- Atenção ao compartilhamento de dados pessoais: informações como CPF, telefone e endereço não devem ser divulgadas sem necessidade. Muitos golpes começam com pequenos dados coletados de forma ingênua.
- Senhas seguras e autenticação em dois fatores: criar senhas robustas, com combinações de letras, números e caracteres especiais, e ativar a verificação em duas etapas nos serviços digitais adicionam camadas extras de proteção.
- Configurações de privacidade em redes sociais: o cuidado com as permissões concedidas a aplicativos e a limitação da exposição pública de dados reduz as chances de exploração indevida das informações.
- Desconfiança de solicitações suspeitas: golpistas utilizam engenharia social para manipular vítimas e obter dados sensíveis. Antes de fornecer qualquer informação, é recomendável verificar a autenticidade da solicitação.
- Denúncia de práticas abusivas: em casos de exposição indevida de dados ou golpes virtuais, é possível registrar denúncias em órgãos de proteção ao consumidor, delegacias especializadas ou na Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
O Dia Internacional da Internet Segura reforça a importância da conscientização e da responsabilidade digital. A proteção de dados não é apenas uma questão de segurança pessoal, mas também um fator essencial para a construção de um ambiente digital mais confiável e ético.
Com a crescente sofisticação das ameaças online, é fundamental que usuários, empresas e autoridades estejam atentos e adotem boas práticas para garantir que a internet continue sendo uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento e a inclusão, sem comprometer a privacidade e a segurança das pessoas.
Isabella Rocha Vieira Lapa – Advogada especialista em Direito Digital e Compliance, com ênfase em Privacidade e Proteção de Dados