Houve muito falatório sobre as causas de o deputado federal Eduardo Bolsonaro ter pedido asilo nos Estados Unidos, mas em canto algum alguém teve o cuidado de lembrar que, desde o tempo de Jair Bolsonaro na Presidência da República, o filho, Eduardo, demonstrava o desejo de morar lá. Então, é bem possível que ele, agora, esteja a realizar um desejo antigo e com um bom argumento: fugir da perseguição política. E no bom momento em que um amigo do peito está na presidência dos Estados Unidos. Mas, ninguém pode garantir.
A verdade é que a família Bolsonaro e todos os aliados do ex-presidente estão tendo dores de cabeça com a Justiça e a cada dia a situação se agrava. Então, como a norma diz que “seguro morreu de velho”, Justifica-se o cuidado do deputado depois de tudo o que temos visto, lido e ouvido.
Eu aproveito o fato para chamar a atenção de meus leitores para uma questão: a quem Eduardo Bolsonaro representa? A tomar como base o número de votos obtidos por ele na eleição de 2022, Eduardo representa 741.701 pessoas. A deputada Carla Zambelli, outra representante do povo na mira da Justiça Brasileira, representa 946.244 pessoas. Para representar essa multidão, os parlamentares recebem da lei uma série de prerrogativas, a mais relevante delas é a de só serem processados se os processos forem autorizados pela própria Casa dos Representantes, a Câmara dos Deputados. As prerrogativas dos mandatos são o respeito ao voto popular.
Por isso, eu tenho defendido ao cansaço a necessidade urgente de uma revisão na relação do Poder Judiciário com o Congresso Nacional, uma relação que só será de respeito aos eleitores brasileiros quando o próprio Congresso Nacional exigir que os demais poderes tenham por ele algum respeito. O Brasil precisa passar por uma revisão.