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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Falar cura, só depende do ouvinte

Diz-se por aí que “falar é a melhor solução”, e isso é verdade. Esta frase está vinculada de forma muito forte à Campanha do “Setembro Amarelo”, evento anual que visa conscientizar sobre a prevenção do suicídio, e que no país ganhou ares mais abrangentes, tratando da saúde mental de forma ampla. Temas como depressão e ansiedade são muito comuns e abordados também nas empresas. Ocorre que falar depende muito de haver um bom ouvinte.
Falar não basta, não havendo cuidado, não havendo acolhida. Muitas vezes, em nossa vida cotidiana passamos por momentos ruins na vida e pudemos contar com pessoas confidentes, amigos próximos ou familiares para falar sobre o que nos aflige. Até mesmo pequenas aberturas que damos sobre nossas intimidades em ambientes não familiares ou de amizades podem acontecer.
E o que vemos na maioria das vezes? Pessoas que ouvem o que dissemos, e respondem com seu ponto de vista, que como todo ponto de vista, é a vista de um ponto. As devolutivas geralmente envolvem julgamentos, opiniões e conselhos que visam simplesmente resolver o problema de quem fala e está aflito (ou confidenciando algo) e não a abrangência da complexidade que é lidar com algo que incomoda.
Cada pessoa sente a dor de forma diferente. O que dói em mim pode não doer do mesmo jeito no meu irmão, por exemplo, ou ainda num colega de trabalho na mesma faixa etária e condição de vida. As experiências que vivemos nos condicionam demais, e também experiências na infância. Então saber ouvir é muito importante, para que aquele que fala se sinta, enfim, compreendido, acolhido e capaz de refletir sobre suas angústias, e dentro do possível, superar.
Nestes anos de vida provei de poucas pessoas capazes de ouvir. Algo que eles têm em comum: em vez de aconselhar ou dar opinião, devolvem para nós uma reflexão daquilo que falamos, seja numa “pergunta poderosa” e bem feita, ou falando num mesmo nível, demonstrando com sensibilidade e coragem que todos carregamos nossas cruzes e espinhos na carne.
Então vale a máxima: não precisamos de bons falantes, mas sim de bons ouvintes.

Eustáquio Pereira

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Teresópolis 19/12/2025
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