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Inteligência Artificial: avanços, riscos e a urgência da responsabilidade ética

Que a Inteligência Artificial (IA) está revolucionando a maneira como trabalhamos, nos relacionamos e até nos divertimos não há dúvida. A ascensão da IA está em todos os setores, da saúde e segurança ao direito. Com impactos diretos na transformação da sociedade, a tecnologia leva também à discussão sobre valores e desafios éticos e sociais. Afinal, como podemos garantir que a Inteligência Artificial seja utilizada com responsabilidade? Essa é uma discussão importante e que exige uma reflexão crítica e urgente.

Os benefícios são muitos: otimizar processos, aumentar a produtividade e ampliar o acesso a serviços. Na área da saúde, por exemplo, algoritmos já são capazes de identificar doenças com mais precisão. No setor jurídico, ferramentas baseadas em IA auxiliam na análise de grandes volumes de dados, facilitando decisões mais rápidas. No combate às mudanças climáticas, modelos ajudam a mitigar impactos e planejar ações mais eficientes.

Porém, todo avanço tecnológico pode trazer junto riscos consideráveis. Um dos usos mais preocupantes da Inteligência Artificial é a manipulação do comportamento humano, com a disseminação de desinformação. O uso indiscriminado de IA pode gerar ainda violações de privacidade, reforçar preconceitos históricos, provocar desemprego estrutural e aprofundar desigualdades.

É preciso estabelecer marcos éticos e legais urgentes. A regulação da inteligência artificial garantirá que essa tecnologia seja usada de forma transparente, segura e justa. Por isso, é fundamental a criação e desenvolvimento de regras que obrigam que os algoritmos sejam explicados, que os dados pessoais dos usuários sejam protegidos e, duas das medidas mais importantes: que haja revisão humana em decisões automatizadas e responsabilização por eventuais danos.

Além disso, a alfabetização digital da sociedade – para que cidadãos, empresas e governos compreendam o funcionamento e os limites da IA – precisa entrar em pauta nas discussões. O tema também deve ser integrado ao currículo escolar e às políticas públicas.

A inteligência artificial pode ser uma das maiores aliadas do desenvolvimento humano, desde que guiada por princípios democráticos, direitos fundamentais e justiça social. O futuro não será apenas tecnológico: será, sobretudo, humano. E a forma como decidirmos usar a IA hoje definirá a sociedade que teremos amanhã.

Bruno Gracia Redondo*

Doutor e Mestre em Direito
Professor da PUC-Rio e UFRJ
Procurador da UERJ

Bruno Gracia Redondo

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Edição 16/07/2025
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