Teresópolis tem um número de montanhas de fazer inveja a qualquer município e está cercada por três unidades de conservação ambiental, o que atrai gente do mundo inteiro para a terra de Teresa. Porém, sabe aquela história de que “em casa de ferreiro, espeto é de pau”? Pois é… Mesmo os dias de hoje, com maior facilidade de obter informações, grande número de teresopolitanos ainda não pisou em um cume sequer, talvez por acreditar não ter capacidade física para encarar as íngremes trilhas. Então, que tal começar a conhecer e valorizar nossas belezas de outro ângulo, de baixo? A dica da coluna de hoje é caminhar pelas estradas de terra batida da zona rural, que serpenteiam muitas formações rochosas e permitem ainda contemplar outras belezas naturais e culturais dessas regiões, como as riquíssimas produções agrícolas. Para você que ainda desconhece essas muitas possibilidades de praticar atividade física e mental, separei alguns roteiros no Segundo e Terceiro Distritos de Teresópolis. Nesse “Mochileiro” especial, não posso deixar de agradecer ao amigo Waldemiro Telles, companheiro dos tempos de CET (Centro Excursionista Teresopolitano), um entusiasta das caminhadas pelos caminhos do interior e que me apresentou diversos deles nos últimos anos.
Vale dos Frades
Para começar, nada melhor que uma das regiões mais bonitas de Teresópolis, o Vale dos Frades. Esse cantinho do Terceiro Distrito é tão espetacular que, frequentemente, é cenário de produções de cinema e televisão. Ele está protegido por uma APP e pelo Parque Estadual dos Três Picos. Deixando o carro perto das margens da RJ-130 (próximo ao km 20) e seguindo até o final da Estrada dos Frades, na portaria da Fazenda Itatyba, são 11,5 quilômetros. Portanto, 23 quilômetros indo e voltando pelo mesmo caminho.
Campanha x Ponte Nova
Um pouco depois da entrada dos Frades, mas à esquerda, fica a Cachoeira de Campanha. Nesse caso, porém, a dica é ir de ônibus. Isso porque uma boa ideia é começar às margens da RJ-130, passar pela Cachoeira de Campanha, sair em Sebastiana e, em seguida, tomar como direção a localidade de Ponte Nova. São pouco mais de 20 quilômetros até chegar à BR-116.
Bonsucesso x Serra do Capim
Outra dica para começar na RJ-130 e terminar na BR-116 é a travessia Bonsucesso x Serra do Capim, de aproximadamente 30 km. O início fica pouco depois da primeira localidade, à esquerda (Em frente ao acesso para Mottas e Santa Rosa). Depois de chegar a Vale Alpino, na Capela de Nossa Senhora da Conceição siga para a esquerda, e, logo depois, direita. A referência é a localidade de Chácara. Em seguida, fique atendo a um cruzamento onde há uma placa indicando a direção de Serra do Capim.
Região de Santa Rita
Localizada no Segundo Distrito, a região de Santa Rita tem muitas boas opções para caminhar. A pessoa pode seguir em direção a Cruzeiro, Arrieiro, Andradas ou até Petrópolis, via Brejal. Uma dica é deixar o carro na sede do Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis e fazer o circuito contornando a Pedra Alpina, o que dá cerca de 10 quilômetros. Se optar seguir até Arrieiro e descer pelo Santana, acrescente mais uns cinco. Uma dica é ir de ônibus até Santa Rita e caminhar em direção a Arrieiro, saindo no bairro da Posse, por aproximadamente 15 quilômetros.
Mais opções e orientação
Entre as duas principais rodovias que cortam os dois distritos do interior, são muitas opções – muitas mesmo. Com o avanço da tecnologia, está bem mais fácil se orientar. Utilize o Google Maps para marcar os pontos de interesse e, nas localidades, peça ajuda caso ainda tenha dificuldade em se encontrar. A receptividade na zona rural ainda é das melhores.
Cuidados
Nunca é demais dizer para evitar aglomerações e seguir à risca outros cuidados previstos nesse momento de pandemia. Com bom senso, é possível realizar algumas atividades sem contribuir com a escalada da Covid-19. Afinal de contas, apesar de passar por locais na grande maioria das vezes apenas cercados de verde – da natureza ou das lavouras – em qualquer das opções você vai cruzar povoados ou encontrar pessoas pelo caminho. Seja responsável. Aliás, vale registrar, as imagens que ilustram essa reportagem foram feitas antes dessa crise sanitária que estamos vivendo.