Marcello Medeiros
Na estação mais fria do ano, Teresópolis está colorida pela floração das cerejeiras, também popularmente conhecidas como sakuras. Geralmente, a Prunus serrulata tem seu auge meado para fim do inverno, já anunciando a chegada da primavera, mas dezenas de árvores já podem ser vistas com todo seu esplendor em diversos bairros. Várzea, Santa Cecília, Panorama, Pimenteiras e Fonte Santa são alguns locais onde as cerejeiras estão em destaque, principalmente nos dias de tempo aberto. As mais “famosas” delas ficam nas proximidades do Terminal Rodoviário José de Carvalho Janotti, onde diariamente centenas de pessoas têm parado para registrar ou garantir uma “selfie”.
A história dessa árvore no país se confunde com a da imigração japonesa, que teve início a partir de 1908. Para diminuir a saudade do seu país, eles plantaram centenas de variedades de Sakuras por onde passaram, se adaptando melhor ao clima do nosso país as espécies Okinawa, Himalaia e Yukiwari, que por aqui têm floração tão exuberante quanto no Japão – de onde a planta é um dos símbolos.
“Trazida da Ásia, se adaptou muito bem por aqui, conciliou muito bem com o nosso clima e principalmente na região de Mata Atlântica. É motivo de festa no Japão e aqui é destaque no paisagismo, pois perde todas suas folhas e depois vem as flores, com ainda mais destaque. Ela pode ter entre quatro e dez metros de altura, outra característica que faz com que ela seja requisitada”, lembra a Bióloga Hayssa Dumard. “Essa floração varia de branco até um rosa, que acaba se destacando mais. Esse é um dos principais atrativos do paisagismo, que é incomparável e todos nessa época do ano voltam os olhos para ela”, completa a jovem.
Lenda
Uma lenda conta que a palavra "sakura" surgiu com a princesa Konohana Sakuya Hime, que caiu do céu perto do Monte Fuji, tendo se transformado nessa bonita flor. Também existe uma crença que o cultivo de arroz poderá ter originado a palavra, tendo em conta que "Kura" era o depósito onde esse alimento (visto por muitos japoneses como uma oferta divina) era guardado. Os samurais, os guerreiros japoneses, eram grandes apreciadores da flor de cerejeira. Desde aqueles tempos, passou a estar associada à efemeridade da existência humana e ao lema dos samurais: Viver o presente sem medo. Assim, a flor de cerejeira está também associada ao código do samurai, o Bushido.
Foto Marcello Medeiros – A história da cerejeira no país se confunde com a da imigração japonesa. E, apesar de asiática, a árvore se deu muito bem com o clima da nossa região