Marcus Wagner
O empoderamento das mulheres vítimas de violência doméstica é o principal objetivo do Projeto Girassol, que surgiu de uma iniciativa do 30º Batalhão de Polícia Militar através da Patrulha Maria da Penha – Guardiões da Vida, que agora busca ampliar sua atuação. A equipe realiza um trabalho estruturado e especializado de prevenção contra abusos e é considerada essencial dentro do planejamento de segurança pública por viabilizar a proteção às mulheres em estado vulnerável.
O Comandante do 30º BPM, Coronel Marco Aurélio, destaca que essa nova fase do atendimento dos Guardiões da Vida é uma inovação muito importante: “O Projeto Girassol veio da iniciativa deles mesmos, uma ideia muito bacana e a sugestão desse nome tem uma história, pois quando não tem sol, essas flores se viram umas para as outras para se proteger e trocar energia e quando tem sol elas se alimentam da luz solar. Nós achamos isso muito interessante, porque cada mulher tem a sua história, tem um passado e podem se ajudar em uma grande corrente da não violência. Quando os Guardiões não estão presentes, elas se ajudam e quando eles estão presentes, vão contar com essa proteção da instituição para elas, que muitas vezes estão sob medida protetiva ou sob ameaça”.
O Coronel explicou ainda que é importante alertar as mulheres para que não se submetam a nenhum tipo de agressão: “Muitas vezes a mulher nem sabe o que é a violência doméstica, ela só percebe a partir da lesão corporal, mas não é só a agressão física, existem muitos outros comportamentos inadequados do parceiro em relação a ela que precedem a lesão corporal. O Projeto Girassol vem para fortalecer essas mulheres, dar conhecimento a elas, formando parcerias com outras instituições”.
De acordo com a Cabo Gisele, esse novo momento dos Guardiões da vida é uma percepção da necessidade de ajudar as vítimas a se reerguerem: “A Patrulha Maria da Penha visa muito a segurança da mulher, então sentimos a necessidade de dar uma amplitude a esse trabalho, por isso criamos o Projeto Girassol para trabalhar o empoderamento feminino e a sororidade. A gente procura o fortalecimento da mulher no contexto geral, na autoestima, se ela não estiver trabalhando, buscamos fazer uma ponte, então a gente realiza parcerias para fortalecer a todas de uma maneira geral”.
Já o Sargento Bruno Costa enfatiza a necessidade de que qualquer tipo de violência doméstica seja denunciada: “A gente tem uma rede de proteção a favor das mulheres, junto ao Ministério Público, órgãos da prefeitura como os CRAS que apoiam nosso trabalho e tentamos oferecer o máximo possível de apoio para as mulheres. Temos o Facebook onde muitas mulheres estão conhecendo o nosso trabalho, temos o 190 em que a Polícia Militar sempre atuou contra a violência doméstica. Agora buscamos atuar em escolas, em igrejas para ter o maior apoio da comunidade. A gente pede para as mulheres criarem uma rede de proteção, para os vizinhos saberem o que elas estão passando para que, se ela for agredida, mais pessoas possam ajudá-la”.