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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Abandono e destruição no cemitério Carlinda Berlim

Situação de vários túmulos assusta com estado de abandono e sinais de violação

Marcus Wagner

O desrespeito à memória das pessoas que foram sepultadas no Cemitério Municipal Carlinda Berlim é preocupante. No local, vários túmulos parcialmente destruídos e alguns com sinais de violação. O abandono é tão grande que em alguns deles já há vegetação tomando conta e há aqueles que oferecem risco a quem passa por perto por estarem deteriorados e com buracos.
A situação veio à tona depois que imagens atribuídas ao local foram divulgadas em redes sociais, mostrando sepulturas quebradas e restos mortais expostos, gerando a indignação de muitas pessoas. Mesmo sem confirmar que tais imagens seriam realmente do Caingá, fomos até o local e constatamos que realmente há muitos túmulos em péssimas condições, alguns inclusive bem em frente à administração do cemitério.
Na parte mais alta da primeira quadra, flagramos várias situações alarmantes, como um túmulo que de tanto tempo abandonado e deteriorado sem a cobertura, uma árvore cresceu e já alcançou uma grande altura. O mato tomou conta do jazíguo de tal forma que é difícil encontrar qualquer identificação. 
Bem próximo dali, outros dois túmulos estavam com sinais claros de violação, com ossadas aparentes e remexidas. As lápides estavam afastadas do local original e foi possível verificar um crânio que foi retirado de um túmulo e jogado dentro do outro. 
Na mesma quadra, muitos outros casos semelhantes de destruição. Há também vasilhames que acumulam água e já se tornaram criadouros de mosquitos.

Visitas indesejadas
Um dos funcionários do cemitério nos confirmou que o local é frequentemente visitado por pessoas que vão lá para realizar atos condenáveis, mas que não há como fazer o controle por conta do número reduzido de funcionários para tomar conta de um espaço tão grande. Vale lembrar que o município não realiza concurso público há mais de 20 anos.
Ele também destacou que é necessário verificar a propriedade de cada sepultura através do recadastramento para poder cobrar a manutenção por parte deles ou que seja repassada a concessão para outra pessoa, em caso de nenhum dono se manifestar.

Nota da prefeitura
A assessoria de comunicação da prefeitura confirmou que a manutenção de jazigos é responsabilidade dos concessionários, no entanto muitos deles estão abandonados ou não existe a identificação e por isso o recadastramento está em andamento. Ainda de acordo com a nota a prefeitura não recebeu nenhum registro de violação de sepulturas e que este tipo de ato deve ser comunicado à Delegacia de Polícia.

Recadastramento de túmulos em andamento
A prefeitura de Teresópolis pede que os proprietários de sepulturas e jazigos façam o recadastramento, que está aberto desde outubro do ano passado e termina em março (180 dias), conforme chamamento público. Para o recadastramento, os titulares devem apresentar os documentos originais e fornecer cópia dos seguintes documentos: CPF, RG, comprovante de residência, comprovante de titularidade, contato telefônico ou e-mail. 
No caso do concessionário já ter falecido, deverá comparecer o (os) herdeiros/ sucessores  para o devido recadastramento. O horário de atendimento acontece segundas, quartas e sextas-feiras, das 10h às 16h, para as titularidades referentes ao Cemitério Carlinda Berlim “Caingá” e terças e quintas-feiras, também das 10h às 16h, para as titularidades dos cemitérios do interior. Ou seja, Canoas, Venda Nova, Bonsucesso, Vieira, Rio Preto, Vale Alpino, Santa Rita e Serra do Capim.

 

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Edição 11/10/2024
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