Isla Gomes
O Estado do Rio registrou 17.437 casos prováveis de dengue nas quatro primeiras semanas de 2024. Para se ter uma ideia da dimensão, no mesmo período de 2023, o estado teve 1.441 registros de dengue. Os dados fazem parte do boletim de panorama da dengue, divulgado nesta quarta-feira, dia 31, pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ). Foram confirmadas duas mortes ocorridas este ano: uma idosa de 98 anos, em Itatiaia, e um homem de 33 anos, em Mangaratiba. O questionamento que angustiava a população teresopolitana é de como está a situação no município, já que na Região Serrana o número de casos de dengue está 14 vezes acima do esperado para o período, segundo dados do Governo do Estado. Além de atrasar a liberação de informações oficiais, o governo municipal não tem realizado ações de enfrentamento à doença, como mostrou o Diário nesta quinta-feira em reportagem que fez com que muitas pessoas apontassem à reportagem locais onde estariam ocorrendo focos do mosquito Aedes aegypti, como piscinas e terrenos abandonados.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, Nova Friburgo teve 230 casos esse ano, Petrópolis teve 165 e Teresópolis constava até quarta-feira com zero casos. Restou a dúvida se essa falta de números de casos no município seria por falta de fornecimento de dados atualizados da Secretaria de Governo de Teresópolis, visto foram demoraram três semanas para a “gestão” divulgar informações sobre a situação no município – o que só ocorreu após a repercussão negativa com a publicação da reportagem do Diário. No final da tarde de ontem, a prefeitura informou que entre dezembro e janeiro foram 40 notificações, com 17 confirmações de dengue.
Tem mosquito!
A publicação do Diário acarretou em diversas pessoas relatando a preocupação com possíveis focos. Um dos casos que tira o sono de moradores é o de uma casa abandonada no bairro Jardim Europa, onde o excesso de mato e uma piscina suja têm se transformado em foco de mosquitos. “A casa está abandonada desde 2019, a negligência é total, o mato está totalmente crescido e a piscina é o que mais nos preocupa, já que estamos em meio a um problema sério com a dengue a nível Brasil. Não existe a fiscalização e nem a manutenção do proprietário, inclusive, já ocorreu uma invasão no imóvel de um usuário de drogas, o que coloca minha família em risco, já que compartilhamos o muro. Além de tudo, tem uma escola do lado dessa casa abandonada, o que pode vir a expor as crianças aos riscos também”, relatou ao Diário o vendedor Afonso Coimbra.
Outros casos
No bairro Taumaturgo, mais especificamente na Rua Marechal Taumaturgo, moradores reclamam que duas caixas de água estão sem tampa e abandonadas em uma obra parada, de acordo com os locais, isso estaria gerando foco do mosquito Aedes aegypti. Em Agriões, na Rua Ipojuca moradores informam que há terrenos abandonados por uma construtora, que acumulam lixo e entulhos, o que está causando receio em todos, do espaço se tornar um ambiente propício para a proliferação do mosquito. No acesso de Comary e 40 Casas, uma obra de reparo em encanamento foi abandonada em via pública, deixando água parada e mosquitos à vontade. Esses foram apenas alguns dos casos relatados à nossa redação no 2742-9977, que também funciona como Whatsapp.