Luiz Bandeira
Com o objetivo de levantar dados amplos e confiáveis sobre diversos aspectos da vida dos brasileiros, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza, a cada 10 anos, o censo demográfico. Com dois anos de atraso por causa da pandemia de Covid-19 (em 2020) e falta de recursos (em 2021), os mais de 183 mil recenseadores começaram, na última segunda-feira, 01, a colher informações para a 13ª edição do levantamento. A previsão é de realizar entrevistas em 89 milhões de endereços, nos 5.568 municípios brasileiros, além do Distrito Federal e do Distrito Estadual de Fernando de Noronha. O Censo 2022 terá dois tipos de questionários: ampliado e simplificado. O primeiro, também chamado de amostra, terá 77 perguntas e será aplicado a 11% dos entrevistados. Ele leva, em média, 16 minutos para ser respondido. Já o simplificado ou básico, com 26 perguntas, será aplicado aos 89% restantes, e a previsão de duração da entrevista é de cinco minutos.
Assim como em 2010, o levantamento deste ano está sendo colhido totalmente de forma digital. Os recenseadores utilizam um dispositivo móvel de coleta (DMC), que é um computador de mão, semelhante a um aparelho celular. Para garantir o sigilo das informações, os dados inseridos nos DCMs estão criptografados e têm sistema de proteção. Nem mesmo os recenseadores têm acesso aos dados, depois de inseridos no dispositivo. O IBGE também segue uma política de sigilo e confiabilidade, além ter comitês de ética internos. O questionário básico traz perguntas sobre identificação do domicílio, informações sobre moradores, características do domicílio, identificação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo domicílio, mortalidade e dados da pessoa que prestou as informações. Já o ampliado investiga também informações sobre trabalho, rendimento, casamento, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, migração interna e internacional, deslocamento para estudo, deslocamento para trabalho e autismo.
João Felipe Colonese, Coordenador da subárea Teresópolis e Guapimirim, revela como é a equipe que ele coordena nesse estudo. “Aqui especificamente em Teresópolis nós temos uma equipe de 168 recenseadores, 16 supervisores de campo e três que a gente chama de ACM, que são os agentes censitários municipais que ficam localizados no posto de coleta ali no INSS, terceiro andar”, pontua João Felipe.
Três formas de abordagem serão utilizadas para preencher os questionários: presencial, pela internet e por telefone. Mesmo que a pessoa opte por preencher o questionário pela internet, o recenseador irá a casa do entrevistado entregar um código necessário para preencher o questionário. Pelo telefone, ocorre o mesmo processo. No caso da entrevista pela internet, o morador terá sete dias para responder.
Identificação
Todos os recenseadores do IBGE estão identificados com boné e colete, além do crachá de identificação. Dentro do crachá há um QR Code e o cidadão pode apontar a câmara de celular para esse código, para confirmar o nome e a foto do recenseador e verificar se ele é, de fato, servidor do instituto. Também é possível checar a identidade do recenseador pela internet. Basta digitar o número da matrícula que consta no crachá no site do IBGE.
O coordenador em Teresópolis destaca a importância do censo na elaboração de políticas públicas, garantindo o sigilo das informações coletadas na pesquisa. “Primeiro a gente faz essa coleta aí esses dados vão para o IBGE pra nossa sede para poder tabular esses dados para trabalhar com melhor qualidade, ver esses dados e fazer as divisões. Os dados são coletados individualmente, por famílias, só que eles precisam ser trabalhados por que eles não são apresentados de forma individualiza. Nunca você vai conseguir identificar o morador ‘A’ ou o morador ‘B’, por que o IBGE presa muito pelo sigilo das informações”, explica João Felipe.