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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Águas do Brasil ainda não pagou pela outorga da água em Teresópolis

Prefeitura já notificou a empresa vencedora do leilão da água para a assinatura do contrato

Wanderley Peres

Diante da suspeita de incursão de supostos funcionários da empresa Águas do Brasil, na ocorrência registrada na 110ª Delegacia de Polícia, denunciando a violação da rede de abastecimento de água da cidade, O DIÁRIO quis saber da Prefeitura sobre a assinatura do contrato, do pagamento da outorga e da necessidade de aprovação do contrato da venda da água pelos vereadores. Em resposta, a assessoria de imprensa do governo municipal informou que “o pagamento de 60% da Outorga deverá ser comprovado em até 2 dias úteis anteriores a assinatura do contrato”, e que “a empresa vencedora já recebeu a notificação para a assinatura”, e que neste momento, estaria “sendo avaliada em conjunto com os órgãos competentes” a assinatura do contrato. Quanto a aprovação do contrato pela Câmara Municipal, o governo informou que “a Prefeitura está seguindo a Justiça que determinou a realização do processo de concessão que após firmado, será publicado no Diário Oficial e encaminhado ao TCE-RJ por meio do SIGFIS”.

Realizada a licitação em 25 de agosto, e todos os procedimentos licitatórios, como homologação e publicação do certame realizados no mesmo dia, em tempo recorde, a demora na assinatura do contrato, que coloca, de imediato R$ 180 milhões nos cofres da Prefeitura, surpreende. Um mês e meio depois, a cobiçada outorga ainda não foi paga, embora, a empresa vencedora da “galinha morta” já tenha recebido a notificação para a assinatura, como informou a Prefeitura.

Os motivos da demora na concretização do negócio podem estar no risco que ele representa. Ameaçado de ser invalidada a licitação de uma empresa só, e “direcionada e com risco de dano ao erário”, como informou o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro em ação que aguarda julgamento no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, outras três ações podem sustar a venda da água, uma delas já marcada para a quarta-feira seguinte à próxima. Nesta ação, o colegiado da Segunda Câmara de Direito Público vai deliberar sobre recurso contra a decisão do juízo da Comarca invalidando os decretos legislativos que proibiam a venda da água de Teresópolis, por não existir um plano municipal de saneamento aprovado e porque a Lei Orgânica exige a autorização dos vereadores para as concessões. Além do recurso no TJRJ, que questiona a suspensão dos decretos legislativos, outra ação, ainda sem data de julgamento, questiona a inconstitucionalidade do artigo 99 da Lei Orgânica Municipal decretada pelo juízo da Comarca, segundo argumento da Câmara apresentado ao TJRJ, sem poderes para isso.

Imagens de pessoas que não seriam funcionários da Cedae foram compartilhadas nas redes sociais

A VIOLAÇÃO DA REDE

Segundo o Registo de Ocorrência feito na 110DP por funcionário da Cedae, por volta das 10h40min desta segunda-feira, 9, ocorreu a violação de uma das caixas de registro de água da empresa Cedae, localizada na Rua Major Carvalho, em frente ao comércio Abelhão, na Várzea, onde uma equipe composta de 6 pessoas abriu a caixa de registro, com chave especifica de manuseio, de manobra do registro, cortando o fornecimento de água do local.

A denúncia informa que uma pessoa que passava pelo local no momento em que estava sendo invadida a caixa de registro, questionou os operários, sobre o que estavam fazendo, afinal não estavam uniformizados, o que caracteriza a detentora da concessão do serviço de abastecimento de água no município, e o mesmo teria se negado a responder, se evadindo do local em seguida. “De imediato, foi comunicado ao setor operacional da Cedae, que abriu o registro novamente, normalizando o fluxo de agua”, suspeitando a Cedae ao delegado de polícia que os operários seriam da empresa Águas do Brasil, “e que poderiam estar atrapalhando o fornecimento de água em alguns pontos, com intuito de denegrir a imagem da empresa, facilitando o acesso da nova empresa de fornecimento de agua”.

A invasão da rede de abastecimento de água do município foi debatida na Câmara Municipal, na sessão desta terça-feira, 10, denunciando o vereador Rangel que pode ter havido sabotagem na rede. “Quem mexe em instalações públicas sem ser funcionário público ou de empresa com concessão da municipalidade é bandido. È a continuidade do plano de invasão da Cedae, agora com o fechamento dos registros, gerando o desabastecimento. A nossa cidade está sob ataque de um grupo de bandidos que quer invadir e tomar aquilo que é da população. É o desespero do prefeito de fazer negócio em prejuízo da população”, disse.

Em sua fala, o vereador André do Gás lembrou que uma vez, um carro particular foi flagrado pela polícia, quando o motorista tentava mexer num hidrante para tirar água, indo preso motorista, caminhão e ajudante. “Agora, a gente tem notícia dessa invasão. Sem contrato, essa empresa está se adonando do patrimônio público. É muito perigoso isso, porque essas pessoas de empresas sem contrato assinado não têm fé pública, e não podem mexer na rede, então, peço as pessoas que, se virem gente sem uniforme mexendo na rede, que chamem a polícia, que tirem fotografias, e registrem o crime em curso”.

Edição 23/11/2024
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