Léo Rodrigues – Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
Um antigo prédio que pertenceu ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi implodido na manhã do último domingo (13) no Rio de Janeiro. Localizado na Mangueira, bairro da região central da cidade, o edifício vinha servindo de moradia para centenas de famílias sem-teto há cerca de duas décadas. A União cedeu ao município o terreno, onde será erguido um conjunto habitacional do programa governamental Minha Casa, Minha Vida. As famílias serão reassentadas.
O prédio fica na rua Visconde de Niterói e foi adquirido pelo IBGE em meados dos anos 1970, quando ocorreram obras de ampliação. O imóvel serviu ao órgão até 1997. Ali ficavam as áreas de pesquisas e de informática do instituto, que foram deslocadas para onde funcionam até hoje, no edifício Rio Metropolitan, na Avenida Chile, no centro do Rio de Janeiro. De acordo com a prefeitura do Rio de Janeiro, ocupações de sem-teto tiveram início já no final da década de 1990. Segundo laudos da Defesa Civil Municipal, o imóvel apresentava problemas estruturais e corria risco de incêndio e desabamento.
A prefeitura informou que a implosão seguiu o cronograma planejado e ocorreu às 7h quando 150 quilos de explosivos foram detonados. Para o procedimento, foi interditada a rua Visconde de Niterói e também vias adjacentes. Os moradores de imóveis situados num raio de 150 metros foram orientados a deixar suas residências e só retornarem após a liberação da área pela prefeitura. Houve ainda uma recomendação para que fechassem portas e janelas para evitar a entrada de poeira.
O transporte público também foi afetado na região. Foram realizados desvios no itinerário de algumas linhas de ônibus. No metrô, a proximidade de algumas vias da Linha 2, fez com que o serviço entre as estações Pavuna e Estádio se iniciasse mais tarde. O mesmo ocorreu com os trens da Supervia, nos ramais Saracuruna e Belford Roxo, que começaram o dia operando apenas até a estação Triagem. A circulação normal foi retomada às 7h45.
Cinco toques de sirenes foram realizados às 6h30, às 6h50, às 6h55, às 7h e às 7h15. O quarto sinal sonoro coincidiu com a implosão. O quinto determinou a liberação da área após a checagem dos técnicos.
Reassentamento
De acordo com a prefeitura, foram cadastradas 210 famílias sem-teto que viviam no edifício e serão reassentadas no conjunto habitacional que será construído no local cujo projeto prevê 320 unidades de 40 metros quadrados. Os apartamentos são compostos por sala, dois quartos, banheiro, cozinha e área de serviço.
O acompanhamento das obras é de responsabilidade da Caixa Econômica Federal, que administra o programa Minha Casa, Minha Vida. Até a inauguração do conjunto habitacional e a entrega das unidades, as famílias receberão da prefeitura o aluguel social. Trata-se de um benefício no valor de R$ 400 mensais para que possam alugar quartos ou casas temporariamente.