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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Banhistas devem ter atenção redobrada nas cachoeiras da região

Rápida cheia na Cachoeira dos Frades é mais um exemplo dos riscos desses ambientes naturais

No último sábado foi registrado pela reportagem do Diário na Cachoeira dos Frades, principal atrativo turístico do Terceiro Distrito do município, mais um exemplo que deve ser redobrada a atenção dos frequentadores desse tipo de ambiente – muito procurado nessa quente época do ano. Após uma pancada de chuva, nem tão forte, rapidamente o volume d´água da cachoeira aumentou e, consequentemente, também a velocidade e força do Rio dos Frades, que nasce nas proximidades dos Três Picos e deságua na Cachoeira de Campanha. O que chamou mais atenção é que não foi registrada uma cabeça d´água, que geralmente causa essa mudança drástica nas condições de um curso de um rio. Nesse caso específico, uma das possíveis explicações é a grande quantidade de áreas desmatadas nessa região, onde florestas foram substituídas por pastos muitos anos antes da criação da APA da Bacia dos Frades e do Parque Estadual dos Três Picos. Mesmo empiricamente é fácil perceber que se houvesse a proteção natural, o volume de água sendo despejado em quantidade e rapidamente não seria o mesmo.
Segundo verificado pelo Diário na região dos Frades na tarde do último sábado, poucos minutos após o início de pancadas breves de chuva, a principal queda da cachoeira mudou suas características. Havia poucos visitantes no local nesse dia, devido à chuva da madrugada e o início do dia com tempo nublado. Somente no início da tarde, pequena quantidade de frequentadores – diante do que é geralmente registrado – começou a procurar as margens do rio dos Frades para se refrescar. Porém, rapidamente o tempo fechou novamente e os primeiros pingos afastaram os visitantes.
Fora essa situação específica, aparentemente mais comum em regiões como os Frades, é preciso ter muita atenção para os casos de cabeças d´água, geralmente formadas no alto das montanhas e longe dos olhares dos banhistas. Nesse caso, o primeiro sinal é o aparecimento de galhos e folhas na água, que começa a ficar suja. Outra dica é ficar de olho no alto da serra. Em caso de tempo nublado deve-se sair imediatamente da água, pois mesmo com sol, está provavelmente chovendo no alto, e a água se acumula vindo a correr em seguida com uma força insuportável, arrastando pedras e qualquer pessoa que esteja no caminho. Em qualquer sinal de perigo, o indicado é entrar em contato imediato com o Corpo de Bombeiros através do telefone 193. Na região, esse tipo de fenômeno é mais comum na Serra dos Órgãos.

Outras dicas sobre riscos
É importante destacar alguns dos os cuidados que a pessoa deve ter ao frequentar esses locais: – Os ambientes naturais não têm salva-vidas, então reconhecer os pontos onde você pode se banhar de acordo com a sua habilidade na natação é fundamental; – Com o fundo formado por pedras e muitas vezes água escura, pode haver vários trechos com profundidade muito maior do que outros, evite sustos e desastres; – Muitas pedras são escorregadias; – Não mergulhe sem saber se há pedras no fundo dos poços, um choque de cabeça ou costas pode ser fatal; – Não deixe nenhum tipo de resíduo e leve apenas boas lembranças dos locais.

Após uma pancada de chuva, nem tão forte, rapidamente o volume d´água da cachoeira aumentou e, consequentemente, também a velocidade e força do Rio dos Frades – Marcello Medeiros

Fiscalização nos Frades
A Secretaria Municipal de Turismo, junto à Associação de Moradores dos Frades (AMOFRADES) e com o apoio da Defesa Civil e da Guarda Civil Municipal, continua em curso com as ações da “Operação Verão” em uma das regiões mais frequentadas do município nesse período, a Cachoeira dos Frades. Esse trabalho tem como objetivo minimizar o fluxo desordenado de banhistas no Vale dos Frades através do controle de entrada de automóveis no local. “Equipes estão sinalizando e auxiliando o trânsito para reduzir os impactos causados e facilitar o acesso de moradores e turistas que buscam um local para se divertir e se refrescar nesse calor”, informa a Assessoria de Comunicação da Prefeitura. Além disso, o Turismo está realizando levantamento do tipo de público que utiliza o espaço e orientado sobre boas maneiras para utilizar tão bonita e importante região. Infelizmente, boa parte dos frequentadores não respeita o local da maneira que ele merece. Muito lixo tem sido deixado às margens do rio, além de degradação das margens com a realização de churrascos. Recentemente, outra situação proibida foi registrada nesse atrativo turístico: visitantes, aparentemente residentes em outro município, acamparam às margens da cachoeira e divulgaram o “feito” em redes sociais. Tal prática é proibida e pode inclusive gerar a interdição do bonito espaço, que, vale repetir, tem todo o acesso realizado por uma área particular. Em relação aos veículos, quando em grande número, eles atrapalham a vida dos moradores da região. Sem local adequado para estacionamento, muitas pessoas têm deixado os automóveis em trechos de curva e outros com pouco espaço, dificultando a passagem de caminhões que fazem o escoamento de produção rural e também veículos de carga de uma envasadora de água mineral localizada no final do Vale dos Frades.

Guapimirim mantém alerta
Na vizinha Guapimirim existe um Sistema de Alerta Sonoro para desastres naturais. A prefeitura, através da Secretaria Municipal de Segurança, Ordem Pública e Defesa Civil (SSEOP), instalou sirenes em cachoeiras, poços e regiões que, durante as fortes chuvas, são atingidas pelas cabeças d’água. Segundo a SSEOP, o Sistema de Alerta Sonoro é composto por seis equipamentos posicionados em locais estratégicos. Os acessos à Cachoeira do Escorrega e ao Vale da Lua – ambos na Barreira, e a Rua Mangaratiba, em um ponto próximo à ponte sobre o Rio Soberbo, no Centro, foram os primeiros a receber os equipamentos. Em seguida, o Poço da Laje, a Cachoeira do Zé Maluco, no Limoeiro, e o final também da Rua Mangaratiba, porém com direção ao bairro Limoeiro, receberam outras três sirenes. Elas são de acionamento manual. Para ligá-las, o agente precisa se deslocar até o ponto em que o equipamento foi instalado. Além disso, realiza uma conferência presencial, ou seja, observa se há ou não presença de banhistas ou moradores que precisam ser retirados rapidamente de suas residências.
Em 2008, sete pessoas morreram no município, após uma cabeça d’água atingir o Rio Soberbo. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o grupo visitava uma das cachoeiras da cidade e foi surpreendido por uma forte enxurrada. Ainda segundo relatos, um barulho foi ouvido e pedras rolaram. Infelizmente, algumas pessoas foram levadas pela correnteza e vieram a óbito. Entre as vítimas estavam uma criança e um idoso. No ano seguinte, outra criança foi vítima das cabeças d’água.

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Edição 18/05/2024
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