A Igreja Católica celebrou nesta quinta-feira (30), a festa de Corpus Christi, quando a Eucaristia, o Corpo e Sangue de Jesus, deixa a igreja para a procissão pelas principais ruas da cidade, enfeitadas com tapete confeccionados com vários materiais e desenhos, manifestando a fé do povo. Houve missa e procissão em todas as 49 paróquias da Diocese Petrópolis, responsável pelas igrejas e capelas de várias cidades, entre elas Teresópolis. Em nosso município, a principal solenidade foi realizada na Matriz de Santa Teresa D´Ávila, na Várzea, com a missa conduzida pelo bispo diocesano Dom Joel Portella Amado, na parte da manhã. Em entrevista ao Diário, o Padre Jorge Medeiros, pároco responsável pelo principal templo católico da Várzea, destacou a importância da união da comunidade e oração pelos que sofrem, em especialmente os moradores da região Sul do país.
Desde a sua chegada à Diocese de Petrópolis, em março, Dom Joel tem chamado atenção para fidelidade a palavra de Jesus, ao seu ensinamento e ao convite de sermos fiéis ao seu amor, que nos impulsiona a ir ao encontro do próximo. O bispo diocesano afirma que “Jesus se deixou para nós não como pedra, não como um metal precioso, não como moeda, não como espada, não como lança, não como instrumentos de violência e de guerra. Jesus se fez um pedaço de pão. Jesus se faz e se entrega a nós num pouco de vinho, numa gota de vinho, para mostrar a nós e a palavra que ele diz e repetimos em toda missa: isto é o meu corpo”.
A tradição dos tapetes no Brasil
Os tapetes de Corpus Christi são uma tradição católica popular, que é comum em várias cidades do Brasil e Portugal, sendo confeccionados durante a celebração do dia de Corpus Christi. Segundo tradição antiga, a confecção dos tapetes para passagem do ostensório com a Hóstia Consagrada estaria ligada a passagem do evangelho, que narra a entrada de Jesus em Jerusalém, quando o povo ia colocando no chãos panos e folhas para ele passar (Cf: Lc 19,29-40). A prática, surgida em Portugal e posteriormente difundida no Brasil durante o período da colonização consiste na confecção de representações de cenas bíblicas, objetos devocionais ou simples temas ornamentais sobre as ruas em que a procissão da Eucaristia passará, o mais comum são desenhos que fazem alusão à figura de Cristo, do pão e do cálice.
Os tapetes, tradicionalmente confeccionados de serragem e sal coloridos, empregam nos dias atuais uma gama de materiais, tais como borra de café, areia, flores, farinhas, dentre outros. Nos últimos anos, algumas paróquias vêm substituindo estes materiais, que seriam descartados, por roupas e alimentos que após a procissão se constituirão em cestas para doação, um ato de fraternidade que, de imediato, gera menos resíduo. Seu comprimento varia de acordo com cada cidade ou paróquia, indo desde poucas centenas de metros até alguns quilômetros. (Com informações da Diocese de Petrópolis)