Wanderley Peres
Na manhã desta quinta-feira, 17, uma carreta derrubou um poste de energia elétrica, ao manobrar na avenida Lúcio Meira para entrar na rua Ary Parreiras, na Várzea, onde fica o serviço de carga e descarga do mercado Don Atacadista. Atingido pelo veículo, o poste caiu, alojando-se com os fios de alta tensão e demais redes, de telefonia e internet, entre a cabine e o baú, inusitada situação que a demora de uma solução rápida, como previa ser a manobra em avenida principal, fez demorar ainda mais o constrangimento aos motoristas no trecho já costumeiramente engarrafado.
O resultado foi trânsito parado, motoristas estressados e a certeza, para quem assistiu o acidente, de que a concessão de alvará para o funcionamento de um comércio de grande impacto jamais deveria ter sido dada para aquele local, porque é inédita, e inconcebível, daí esses mercadões estarem sempre instalados às margens de avenidas ou rodovias, mas em pistas auxiliares. Além das manobras de carretas, e os corriqueiros travamentos do fluxo de veículos, o trecho da via pública vem sendo utilizado ainda para as demandas exclusivas do estabelecimento, usando-se a via pública como particular, e impactando no conforto dos passageiros de ônibus, inclusive.
Os veículos em circulação no centro da cidade, que sempre provocaram irritação no teresopolitano quando ocorre congestionamento, aumentaram a quantidade consideravelmente depois da contramão na ponte da rodoviária, que obrigou o fluxo dos bairros além de São Pedro para o centro da cidade a conversão para o sentido Alto na altura da avenida Lúcio Meira, o que vem elevando em até 20 minutos ou mais, por exemplo, a demora da viagem nos ônibus da Viação Teresópolis para o Rio de Janeiro. Antes os carros já tomavam o rumo certo a partir da estação, e agora precisam seguir em direção ao centro da cidade para depois retornar, impactando nos dois fluxos. A circulação de caminhões na Várzea, outro problema que sempre foi motivo de reclamações, esta aumentou ainda mais porque a administração municipal insiste em permitir o serviço de carga e descarga em via pública ao longo do dia. Por ser inconcebível a carga e descarga durante o dia nos municípios vizinhos, de Petrópolis e Nova Friburgo, esses caminhões fazem estadia em Teresópolis, usando as vagas privativas de carga e descarga como estacionamento, enquanto aguardam o dia passar para a seguir rumo às cidades vizinhas, onde só então à noite são admitidos.
Além de ocuparem duas pistas nas avenidas mais estreitas e não conseguirem progredir nas vias apertadas, por conta de veículos mal estacionados, os caminhões, embora essencial o serviço que promovem, muitos deles nem estariam circulando pela cidade se fossem proibidos os acessos a eles pelo Soberbo e o Vale Paraíso, permitindo-se o direito de entrar e sair da cidade, no sentido da BR-116, apenas pelos acessos de Ermitage e Meudon. As vagas destinadas à carga e descarga, também, precisam ser fiscalizadas pela Guarda Municipal, para que não sejam usadas como estacionamento de caminhões, o que evitaria, ainda, as bandalhas no centro da cidade, onde os caminhões param em locais proibidos para carga e descarga porque as vagas privativas de carga e descarga estão ocupadas para o “perdia” dos caminhões.
As soluções para o caos no trânsito existem, e não dependem somente de estudos, contratados a peso de ouro, e nunca implantados. O óbvio precisa ser percebido e a continuar como está a situação, desnecessariamente, pode-se concluir má vontade das autoridades quanto à solução deste grave problema nosso de todo dia.