Luiz Bandeira

O cinema sempre esteve presente na história de Teresópolis, seja por conta dos festivais que a elevaram à condição de “Cidade dos Festivais”, ou seja pelas inúmeras produções que usam nossa região como cenário. Neste fim de semana, no Cine Show, no Teresópolis Shopping, será realizada a pré-estreia do filme curta metragem “Simbiose”, uma produção toda filmada na cidade, com atores e profissionais envolvidos nas gravações, moradores de Teresópolis. A trama trata da relação cotidiana do homem com as várias tecnologias que o cerca e ainda do flerte da consciência humana com a inteligência artificial. O tema é tão instigante e contemporâneo que o filme vai ter sua estreia oficial no Hack Town 2022, o maior festival de criatividade e inovação da América Latina, entre os dias 15 e 18 de setembro, na cidade de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais.
Para falar sobre a produção, recebemos nessa redação o ator Caio Mendes, que interpreta o protagonista da trama, além do autor, diretor e roteirista Rafael Reis e o preparador de elenco e também ator Diego Prata. Caio, que há 20 anos atua, disse que começou a interpretar aos sete anos com o professor Adriano Ramires. Atualmente o ator faz parte da Cia de Teatro “Cena Perdida” e integra o elenco do espetáculo musical “Rock Horror Picture Show”, que tem previsão de estreia em setembro, no Teatro Higino. Caio conta um pouco dos dilemas de sua personagem em Simbiose. “O Adan é um homem muito envolto em tecnologia e hoje numa sociedade onde a gente é cercado com tecnologia para solução de muitas coisas, meu personagem não seria diferente. Ele é um homem importante, trabalha numa empresa, tem um certo status de vida e um relacionamento um pouco conflituoso com tecnologia e ele tem esse comportamento questionador de refletir sobre a influência da tecnologia sobre o nosso comportamento no dia-a-dia. Esses questionamentos são justamente o que levam esse filme para um lugar muito sombrio em relação a tecnologia e de várias questões muito contemporâneas”, resume o ator.
Rafael Reis é autor, diretor e roteirista do curta e contou a nossa reportagem o processo de criação do filme. “Eu tenho uma produtora de pós-produção e eu trabalho com muitas start-ups e aí como a gente trabalha com várias tecnologias diferentes, veio a ideia de criar esse roteiro e como roteiro que fala sobre tecnologia, relação homem-máquina, nada melhor do que utilizar a tecnologia artificial para ajudar na criação do roteiro e não só isso, foi na criação do roteiro, na criação de dois personagens que ela faz a voz também, e nos efeitos visuais do filme. São quatro mãos trabalhando, são duas mãos do roteirista e o resto da máquina. Eu utilizei uma plataforma que fez as indagações do personagem principal e através destas indagações que foram feitas pela própria inteligência artificial foi criado o roteiro, é essa simbiose entre nós humanos e a máquina”, revela Rafael Reis.

Mais sobre a produção
O filme é uma curta metragem, categoria de filme, que, como a própria classificação indica, é mais curto que os filmes exibidos no cinema e na TV. Por tanto a produção dessa película é menor e requer menos tempo de produção, como contou a nossa reportagem o preparador de elenco e ator Diego Prata. “Foram dois dias intensos de set, a gente rodou o filme aqui em Teresópolis em um fim de semana, foi bem corrido, mas foi muito gratificante. Outra curiosidade é buscar entender esse roteiro, que foi feito junto às indagações da inteligência artificial e de como Rafael humanizou esse texto pra trazer para a personagem”.
A pré-estreia de Simbiose será neste sábado às 14h no Cine Show, no Teresópolis Shopping Center. A estreia oficial será no Festival Rack Town 2022, entre os dias 15 e 18 de setembro, na cidade de Santa Rita do Sapucaí-MG. “Esse filme vai ter sua estreia oficial no maior festival de criatividade e inovação da América Latina e isso é uma grande conquista, por que não é um festival de cinema. Então um filme que fala de inteligência artificial, que fala sobre todas as questões para pessoas que entendem sobre o tema, que tem vontade de entender sobre o assunto, acho que é uma conquista muito grande. Então uma forma de agradecer essa conquista é poder exibir aqui na cidade. Uma forma também de poder agradecer as pessoas da cidade por que Teresópolis já foi a capital do cinema, nada mais justo do que a gente trazer a produção áudio visual aqui pra cidade. A gente quer crescer a cidade no setor áudio visual e a gente quer criar um polo de cinema aqui em Teresópolis, o objetivo é esse”, pontua o diretor da drama Rafael Reis.