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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Clube Caxangá segue em total abandono

Outrora disputado por associados e turistas, antigo espaço de lazer se resume atualmente a ruínas e escombros

Marcello Medeiros

Como um importante empreendimento hoteleiro e industrial, que seguia uma história de ascendência na década de 80, tornou-se atualmente um prédio abandonado e um clube em ruínas? Esse é o principal questionamento que surge para que tem a oportunidade de ver imagens, sejam antigas ou atuais, do complexo localizado no bairro do Caxangá, de onde se obtém uma estonteante vista para a Granja Comary e para a Serra dos Órgãos. Imagens feitas pela reportagem da Diário TV nesta sexta-feira, com a utilização de um drone, mostram que o outrora cobiçado Clube Caxangá está “desaparecendo” em meio à vegetação, somando-se atos de depredação e falta de interesse em reerguer o empreendimento ou se investir em novo negócio nessa local – adquirido por um grupo de fora da cidade através de leilão, alguns anos atrás. Na época foi divulgada a intenção de se construir um condomínio ali, mas tal ideia não saiu do papel.
De cima, o cinegrafista Gilberto Oliveira registrou a atual situação do espaço que já recebeu personalidades de diversas áreas, inclusive do mundo do futebol, e hoje está tomado pelo mato. O clube está fechado desde o início da década de 90 e atualmente parece um prédio fantasma. Construído em formato de um navio, hoje tal semelhança está desaparecendo diante do crescimento da vegetação e desabamento de algumas partes, como um trecho de um muro lateral.

Clube tinha piscinas, boates, quadras e outros atrativos… Hoje somente mato, paredes danificadas e o medo da vizinhança. Foto: Gilberto Oliveira/O Diário

De artistas a criminosos
Deteriorado, depredado e desvalorizado o clube há muito vem servindo de refúgio para viciados e esconderijo para bandidos, tendo sido registrado inclusive homicídios no local, como em setembro de 2011, quando um homem foi morto a pedradas ali. Em 2010, a reportagem do Diário acessou o clube e viu de perto como o tempo e o abandono foram determinantes para o fim do Caxangá. “É muito difícil voltar aqui depois de tanto tempo e encontrar o clube desta forma… É como se um pedaço da minha história estivesse se perdendo, aos poucos se deteriorando”, relatou na ocasião o ex-funcionário do hotel Denir Matos, que dedicou 13 anos de sua vida ao local. Na época, ele contou algumas de suas experiências enquanto trabalhava no hotel. “Comecei como copeiro, em 1979 e cheguei a ocupar a gerência de habitação já na década de 90”, explica. Dentre os momentos que guardou do período, ele cita o contato com personalidades do país que lá frequentavam. “Conheci muita gente interessante e importante, artistas como os trapalhões, esportistas como Maria Esther Bueno, além dos astros do cinema e da TV, como Fernanda Montenegro e Gesse Valadão, todos frequentadores do clube e do hotel”, lembra. No início da década de 80 a tenista Maria Esther Bueno, campeã três vezes de Wimbledon e quatro do U.S. Open deu nome e inaugurou uma moderna quadra de tênis no clube. Outros ídolos do esporte nacional também eram frequentadores assíduos do clube.


Em publicação mostrando uma imagem do auge do espaço, que fazia parte de um complexo que incluía um disputado hotel, o jornalista Wanderley Peres, que mantém o projeto Pró-Memória, comentou: “Era interessante o Hotel Caxangá. E como um empreendimento desses consegue acabar é que não parece ter explicação. Foi relevante para o lazer e o turismo, e hoje não passa de um grande problema para a cidade, especialmente para os seus vizinhos”.

Imagens feitas pelo Diário nesta sexta-feira mostram que a cada dia que passa sobra menos das antigas estruturas do clube. Foto: Gilberto Oliveira/O Diário
Imagens do acervo Pró-Memória e da internet mostram o complexo de clube + hotel, que recebeu muitos artistas e atletas, e a propaganda de uma revista enaltecendo as belezas e atrativos do Caxangá. Foto: PróMemória e reprodução Internet

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Edição 04/05/2024
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