André Oliveira
Faltando menos de uma semana para o Natal, o comércio de Teresópolis vive a expectativa de aumento no volume de vendas para o período de fim de ano. Especialistas apontam para um crescimento nas vendas na casa dos 5%, ou seja, o suficiente para igualar o prejuízo que o setor teve em 2016, quando houve uma queda no mesmo percentual. Empresário e representante dos empresários do ramo, o comerciante Igor Edelstein não esconde a expectativa positiva para os próximos dias. Não falta ânimo e ferramentas para isso, como o horário especial que o comércio adota para que as lojas fiquem abertas até mais tarde, facilitando a vida dos consumidores.
“A expectativa é muito boa. Passamos por dois Natais muito fracos, em plena recessão, com queda nas vendas. Esse dezembro de 2017 começou forte e imaginamos que isso seja resultado da recuperação econômica do país, da geração de empregos que está sendo retomada por causa da reforma trabalhista”, analisa. “Hoje contratar ficou mais fácil e com isso as famílias estão mais bem remuneradas. O Natal será melhor”, garante. O comércio deve contratar 74,1 mil trabalhadores temporários neste final de ano, segundo projeção divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Aquecimento da economia
Segundo o empresário, ainda existe uma expectativa global de crescimento que não passa apenas por Teresópolis, mas engloba o Estado do Rio de Janeiro e todo o Brasil. A expectativa nacional é que o Natal deverá movimentar R$ 34,9 bilhões, um aumento de 5,2% em relação ao ano passado, a maior variação desde 2013.
“Isso tudo é um alento para o comércio, que é a primeira engrenagem a sofrer com a queda do emprego e o aumento dos juros. Nós sofremos porque vendemos crédito. Para comprar, consumir, a família tem que estar empregada e ter a expectativa de dias melhores. Se há uma retração, a cadeia dispara um circulo vicioso ruim de desemprego, queda na renda e nas vendas. Hoje o comércio trabalha com essa expectativa de aumento de 5% nas vendas. Lembrando que em 2016 houve queda de 5%”, comemora.
Termômetro de vendas
Igor lembra ainda que a movimentação crescente do comércio no Natal costuma servir como termômetro para o ano todo. “Essa data pode representar até 30% das vendas do ano em algumas lojas. Quando temos um Natal positivo, esperamos um ano ainda melhor. Isso anima, nos encoraja a efetivar funcionários temporários. Cria uma ciranda positiva onde o investimento volta para o benefício da cidade”, revela.
Por fim Edelstein lembra que o comércio segue funcionando em horário especial para acolher melhor a clientela nos dias que antecedem o Natal. Até o próximo sábado, das 9h às 22h. No domingo, 24, véspera, das 9h até às 20h. “Podem prestigiar o nosso comércio. Além do bom atendimento, dos preços competitivos, é dessa forma que incentivamos o crescimento do município. O comércio faz a economia girar e precisa ser prestigiado pela população”, finaliza.
Consumidor receoso
Embora os indicadores econômicos mostrem uma retomada gradual da economia, os brasileiros ainda não sentiram grande diferença no bolso. Neste final de ano, os consumidores se empenham em pesquisas de preço e o amigo oculto vira uma saída para reduzir os gastos com presentes no Natal. No início de dezembro o IBGE divulgou a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). De janeiro a novembro, o índice registrou um acumulado de 2,5%, o menor resultado nos primeiros 11 meses desde 1998, quando a taxa ficou em 1,32%.
Mesmo com os consumidores receosos, o comércio está otimista. Após dois anos de queda, a expectativa é que 2017 tenha um aumento nas vendas de 5,2% em relação ao ano passado, a maior variação desde 2013, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Ao todo, o Natal deverá movimentar R$ 34,9 bilhões.
Natal melhor
Segundo o professor de Finanças da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas IBMEC-DF Marcos Melo, provavelmente este Natal será melhor que o do ano passado. “Acredito que deverá haver mais contratação de vaga temporária, aumento da massa de renda, mas nada extraordinário. De modo geral devemos ter um pouco mais de esperança para a população, porque está melhorando, mas não é de forma rápida, ainda é preciso ter cautela”, diz. A dica de Melo para as compras é pesquisar preços e controlar os gastos. “Vamos ter que gastar, porque isso emprega as pessoas. Mas não pode ser desmedidamente, tem que ter controle, buscar artigos mais baratos, investir mais em amigos ocultos do que em presentes para a família toda. Os gastos farão também a economia girar”, explica.