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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Conheça o trabalho da perícia criminal realizado em Teresópolis e região

Com tecnologia e precisão, PRPTC ajuda a solucionar casos de desaparecimento e outros crimes

Por Luiz Bandeira

A ciência forense tem sido uma aliada fundamental da Polícia Civil para elucidar crimes, reduzir o número de pessoas desaparecidas e, principalmente, permitir o reencontro de famílias ou a identificação digna de vítimas de homicídio. No centro desse trabalho estão os peritos criminais, que atuam com rigor técnico e sensibilidade em casos muitas vezes marcados pela dor. Em Teresópolis, o Posto Regional de Polícia Técnico-Científica (PRPTC) é responsável por atender diversos municípios da Região Serrana fluminense, como Magé, Guapimirim, Sumidouro, Carmo, São José do Vale do Rio Preto e a própria Teresópolis. O diretor da unidade, Luiz Augustus Gonçalves, explica que a atuação da perícia é decisiva em casos que envolvem vítimas não identificadas. “É um trabalho técnico e muito minucioso, feito com muita cautela e zelo. Quando o corpo está em estado avançado de decomposição, como era o caso do Carpegiano — desaparecido há quase 100 dias — conseguimos identificá-lo por meio das impressões digitais”, afirma o perito.

“Felizmente, com a equipe qualificada que temos aqui, conseguimos trabalhar na identificação de desaparecidos. Isso traz um desfecho importante para a família”, destaca Luiz Augustus – Foto: Luiz Bandeira

Casos recentes e o desafio da identificação
Em um dos casos mais recentes, a perícia conseguiu identificar o corpo de Carpegiano da Silva, desaparecido há quase três meses. Mesmo com o avançado estado de decomposição, a equipe preservou digitais suficientes para confirmar sua identidade. “Felizmente, com a equipe qualificada que temos aqui, conseguimos confirmar que se tratava de Carpegiano. Isso trouxe um desfecho importante para a família”, destaca Luiz Augustus.
Outro corpo, encontrado às margens da BR-116 (Rio-Bahia), estava parcialmente esqueletizado. A identificação, nesse caso, exigiu ainda mais técnica. “As mãos estavam relativamente preservadas, devido a certos fenômenos naturais da decomposição. Realizamos um tratamento específico, conseguimos uma digital e fizemos o confronto com o banco de dados”, explicou o diretor.
A identificação por impressões digitais — chamada de papiloscópica — é o método mais rápido e menos invasivo. Quando ela não é possível, a perícia recorre a exames odontológicos ou, em último caso, à análise de DNA, que pode levar mais de 30 dias para ser concluída.

Análise laboratorial realizada pelos peritos do Posto Regional de Polícia Técnico-Científica (PRPTC), que atende seis municípios da Região Serrana – Foto: Luiz Bandeira

Coleta de DNA pode ser feita em Teresópolis
Uma das principais ações da Polícia Técnico-Científica é a coleta de DNA de familiares de pessoas desaparecidas, que alimenta o Banco Nacional de Perfis Genéticos. Segundo Luiz, essa coleta pode ser feita em qualquer época do ano e independe do local onde ocorreu o desaparecimento. “Já realizamos coletas aqui em Teresópolis de familiares de desaparecidos em outros estados. Por exemplo, um turista que estava aqui e tinha um parente desaparecido em outro estado pôde fazer a coleta conosco. O banco de dados é nacional”, explica o diretor.

Como é feita a coleta?
A coleta pode ser realizada de duas formas: Com um cotonete passado na parte interna da bochecha (mucosa oral); Com uma pequena gota de sangue retirada do dedo. Também é possível fornecer itens de uso pessoal do desaparecido, como escova de dente, fio dental ou até mesmo um dente de leite, caso disponível. O procedimento é simples, gratuito e voluntário. É necessário apresentar:

  • Documento de identidade;
  • Cópia do boletim de ocorrência do desaparecimento (com número, estado e delegacia de registro);
  • Assinar um termo de consentimento.
    A prioridade é coletar material genético de familiares de primeiro grau, como pai, mãe, filhos ou irmãos. Quanto mais próximo o grau de parentesco, maior a precisão na comparação com os perfis genéticos do banco.

E o que acontece depois da coleta?
Após a coleta, o perfil genético do familiar entra no sistema e é automaticamente cruzado com: Cadáveres sem identificação; Pessoas vivas sem documentos (encontradas em hospitais, instituições ou na rua); Outros registros inseridos no banco de dados. Se o resultado for positivo, a família é notificada. “Sendo um trabalho em nível nacional, aumentam bastante as chances de identificação. O sistema é constantemente atualizado e confrontado com os novos dados inseridos”, garante Luiz Augustus.

Técnica de papiloscopia sendo aplicada por perito para tentar identificar vítimas em casos de desaparecimento – Foto: Luiz Bandeira

Campanha nacional e acesso contínuo
Todos os anos, a Polícia Civil realiza a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas. No entanto, o serviço está disponível de forma contínua durante todo o ano nos Institutos de Criminalística dos estados e do Distrito Federal. “Mesmo fora da campanha anual, qualquer familiar direto pode procurar o posto de perícia com o registro de desaparecimento. Isso aumenta as chances de um dia reencontrar a pessoa ou, ao menos, dar um fim digno à incerteza”, reforça o perito.

Para os moradores de Teresópolis e região
Quem mora em Teresópolis ou nas cidades atendidas pelo PRPTC não precisa se deslocar até o local onde o desaparecimento ocorreu. A coleta pode ser feita localmente e os dados são inseridos no sistema nacional. “É importante que as famílias procurem o quanto antes a delegacia para fazer o registro de desaparecimento. Depois disso, orientamos a procurar o posto de perícia para fazer a coleta de DNA. Quanto mais rápido esse material for inserido no banco, maiores as chances de identificar a pessoa”, finaliza Luiz Augustos.


Edição 18/10/2025
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