A situação dos pacientes infectados pela Covid que precisam de internação em Teresópolis é cada vez mais dramática e o agravamento do problema fica bem claro ao se verificar os números referentes à evolução das transferências realizadas nestes primeiros três meses do ano. O mês de março fechou sua primeira quinzena com o registro de 97 transferências de pacientes para outros municípios, um número maior que a soma dos dois meses completos anteriores, que chegou ao total de 78 encaminhamentos. Até esta quarta-feira, dia 17, esse número já passou de cem por conta das constantes saídas de ambulâncias que chegam a fazer três viagens por dia.
De acordo com o que foi informado, em janeiro, ocorreram 19 transferências para o Hospital das Clínicas de Teresópolis, 16 para o Hospital São José e outras 44 para hospitais de outro município, totalizando 79. Já em fevereiro, o total foi de 61 transferências, sendo 18 par o HCT, 9 para o HSJ e 34 para fora do município. Nestes primeiros 15 dias de março, além dos 97 pacientes levados para outros municípios, tivemos ainda 11 que foram para o São José e 14 para o HCT, totalizando 122 transferências, enquanto haveria ainda cerca de 30 pacientes na UPA aguardando vaga.
Além da situação dramática dos pacientes que lutam para sobreviver, os motoristas de ambulâncias estão sofrendo um momento de grande sobrecarga no trabalho, quase sem ter tempo para descansar. O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresópolis (SindPMT) está denunciando esta situação devido à preocupação dos riscos que envolve, uma vez que os motoristas trabalhando sobrecarregados e sem poder se alimentar corretamente se tornam um risco para a própria segurança e a dos pacientes.
De acordo com o que o SindPMT informou, cada motorista estaria fazendo pelo menos três viagens para fora de Teresópolis por dia, mas nem sequer estaria recebendo um valor de viagem que pelo menos compensasse a insalubridade. O sindicato está cobrando que a prefeitura melhore as condições dos profissionais, com o aumento do valor da viagem.
Os motoristas não estariam tendo tempo para descansar e tendo que pular café da manhã e almoço para dar conta do trabalho e gastando dinheiro para as refeições. Somando todos os veículos, os motoristas estariam levando cerca de 20 pacientes diariamente.