Cadastre-se gratuitamente e leia
O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
em seu dispositivo preferido

CPI da Pandemia em Teresópolis foi arquivada

Por 16 votos a 3, Câmara rejeitou relatório apresentado pelos vereadores Teco, Rangel e Dudu

Wanderley Peres

Lido na sessão desta quinta-feira, 7, da Câmara Municipal, o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito que durante 180 dias investigou as aplicações de receitas e as despesas realizadas pela Secretaria Municipal de Saúde de Teresópolis no contexto da pandemia da Covid-19. Texto longo, a confusa leitura tomou quase uma hora do secretário da Mesa Diretora, vereador Fidel Faria, cansativa narração necessária o rito para os pares exporem as suas conclusões sobre o trabalho feito.

Mais antigo vereador da Casa, no vigor de sexto mandato, depois de pedir correção ao relatório quanto ao nome do HCTCO, que é Costantino Otaviano e não Constantino e, ainda, a correção do nome do Hospital da Beneficência Portuguesa, que tem o nome de Nossa Senhora da Saúde, Raimundo Amorim foi o primeiro a opinar sobre o relatório lido, considerando-o tímido diante do que foi exposto nas oitivas da CPI, e pediu a leitura do relatório do corpo técnico, que conflitava com o lido, onde era pedida, inclusive, a abertura de comissão processante. O vereador relator Teco Despachante corrigiu o colega, dizendo que se tratava de mero laudo e não de um relatório, discordando de sua leitura para não conflitar com o que haviam lido e seria votado. Posto em votação pelo presidente Leonardo, com o voto contrário apenas do vereador Teco, o plenário decidiu pela leitura do relatório técnico, ou laudo, como quis fazer parecer o relator. 

"Respeito o voto individual dos colegas vereadores quando ao seu voto. Tenho a convicção de que o relatório é conclusivo e que ele deva ser enviado aos órgãos de controle para as devidas providências", votou o vereador relator Teco Despachante, acompanhado pelo vereador Marcos Rangel, voto acompanhado, também, pelo vereador Dudu do Resgate. "Meu julgamento político vai ser feito a partir do julgamento técnico. Nossa convicção mais profunda é de que, com concordância ou não, nosso trabalho foi honesto, fruto de dedicação, paciência, transparência, imparcialidade e de humildade para ouvir, para dar lugar ao contraditório e para buscar o bem comum de toda a sociedade teresopolitana", disse o presidente da CPI, Marcos Rangel.

Quarto a votar, o presidente da Câmara divergiu dos votos do trio de vereadores da CPI. Leonardo Vasconcelos questionou a quebra do rito, ao apresentar ao prefeito o relatório [ou laudo] técnico, dele destoando os votos depois os vereadores sequer fazendo menção à defesa do investigado. Apontou ainda para diversos desvios e equívocos do relatório, votando pela sua rejeição. "Como não encontraram irregularidades, se apareceram processos de fornecimentos em que empresas ligadas ao vice-prefeito são contratadas para o combate à pandemia? Não se pode fechar os olhos para um fato grave como esse. O relatório é vago e contraditório, não aponta infrações que foram descobertas e estão listadas nele mesmo, contrariando o que foi apurado. Além do mais, o relatório não tem em sua tese o fato determinado, o que não é razoável", abriu voto divergente o vereador presidente, confira o box.

O primeiro a acompanhar o voto divergente foi o vereador Luciano Santos, que apontou para fatos apurados e não apresentados no relatório. Marcia Valentin, também, observando que os vereadores não podem lavar as mãos enquanto Teresópolis viveu drama tão triste, tanto trabalho de investigação, tamanhas irregularidades encontradas, e agora, ao final, dizer que não é bem assim. "A gente ouve excelente dia, excelente tarde, por aí, mas a coisa não está nada excelente para quem está na Upa, para quem perdeu um pai ou mãe por falta de atendimento durante a pandemia", disse, lembrando que a prefeitura pagou por leitos não utilizados, conforme descobriu a CPI. 

Apontando a inconsistência do relatório, que insistiu que ele fosse enviado aos órgãos de controle, o vereador Maurício Lopes também votou contra a CPI, acompanhando o voto divergente de Leonardo Vasconcellos, discordando apenas que ele devesse ser arquivado, e sim encaminhado aos órgãos de controle para que não se perca o que foi investigado.

Raimundo Amorim, que já relatou CPI na Câmara, e que, por isso “já foi parar diante do homem da capa preta porque o relatório não pode destoar do que foi investigado”, como disse, observou que os fatos investigados jamais poderiam redundar em outro que não fosse o de propor uma processante, concluindo que é contra a cassação do prefeito, por ser mais uma desgraça para a cidade a confusão que causaria. "O relatório foi muito tímido, deixou a desejar porque está vazia de conclusão, não dizendo sim ou não, dando a ideia de uma subserviência ao executivo", disse, pedindo o encaminhamento do processo aos órgãos de controle, mesmo que isso contrarie o que prevê as regras e regimentos. Em resposta, o vereador presidente disse que iria acatar o Regimento da Câmara que destina o trabalho mal feito ao arquivo, simplesmente.

Depois de ter votado pela não abertura da CPI, o vereador Gustavo Simas foi o primeiro vereador da situação a votar contra o relatório aprontado pelos vereadores Teco, Rangel e Dudu. "Naquele momento, avaliamos a questão política. Agora é a hora do voto técnico e não podemos admitir o equívoco de um relatório final contrariar o relatório ou parecer técnico feito pelos servidores desta Casa, que é mais conclusivo e lógico", disse Simas, acompanhando o voto divergente.

Suplente no cargo enquanto o vereador titular é secretário, o vereador Jaime Medeiros foi o segundo vereador do prefeito a votar com o voto divergente, dando o tom que a boiada passaria inteira, como passou. "Parabenizo a comissão, mas por não ter dado direito ao contraditório, o voto do presidente é o mais pertinente, então acompanho o voto divergente, e voto contra o relatório”, justificou.

Os demais vereadores, contra ou a favor o prefeito, não quiseram se expor e, colocada em votação, quando o escore estava em sete votos pelo voto divergente e três pelo encaminhamento do relatório aos órgãos de controle, todos os demais vereadores votaram contra o relatório da CPI, que significa o arquivamento de todo o trabalho feito.

Tags

Compartilhe:

Edição 26/07/2024
Diário TV Ao Vivo
Mais Lidas

ALERTA: Homens passam notas falsas no comércio de Teresópolis

Bloqueio total nas contas da Prefeitura de Teresópolis impedem pagamentos cotidianos do mau governo

Extremos climáticos dominam 1º Reunião de Engajamento do G20 Regional

Terreno da Sudamtex, de novo bairro a lixão clandestino

Homem é detido após furtar supermercado na Barra do Imbuí

WP Radio
WP Radio
OFFLINE LIVE