Wanderley Peres
Na tarde da última quinta-feira, 23, a redação do DIÁRIO ouviu o apelo de mais uma mãe relatando grandes dificuldades para o atendimento médico de criança no município. Há cerca de um mês o seu filho, de apenas dois anos, tem passado por vários atendimentos, na Beneficência e unidades básicas de saúde como o Eithel Abdalah, em São Pedro, e retornado para casa com o mesmo estado de saúde.
“Ele está há um mês doente, estou cansada de ir a tanto hospital. Toda hora falam uma coisa, que é pneumonia, infecção na garganta, e mandam para casa. Dão medicação, que é antibiótico, e o menino está cansado de tomar antibiótico, e nada melhora. É uma febre que não passa, o menino só dorme, não come. Da última vez que vim nesse postinho (em São Pedro), recebi relatório que está com uma bactéria no sangue e me mandaram para casa. Está há uma semana ainda doente, com febre, sem comer, e não resolvem nada. Estou com meu filho doente, precisando de internação e não resolvem”, relatou a O DIÁRIO a jovem Kemilly de Jesus Marques, moradora da Ermitage.
Diante da grave situação, O DIÁRIO entrou em contato com o governo municipal, através da Assessoria de Comunicação, sendo solicitado o contato da mãe para que fosse feito o contato direto e assim adiantado o protocolo. E logo que foi postada a queixa da mãe, no site do DIÁRIO, a secretária de Saúde, Clarissa Rippel, comentou: “Sou a secretária de Saúde, por favor, poderiam me enviar o contato dessa mãe para avaliarmos o que houve? Essa criança não pode ficar sem resolução”. E feito o contato com a mãe, a secretária retornou contato ao jornal na tarde desta sexta-feira, afirmando que a criança estava internada. “Feito contato com a mãe. Criança atendida, sem gravidade alguma, mas como tem febre persistente, vamos internar para que haja uma recuperação melhor. Estou em contato com a mãe, e após a criança receber alta já terá sua consulta marcada no ambulatório. O pequeno está e ficará bem”.
Com a Beneficência lotada, crianças ficaram sem pronto atendimento na Saúde semana passada
Depois das flagrantes dificuldades em diversos setores do serviço de saúde no município nos últimos dias, a sexta-feira da semana passada, foi de apreensão ainda maior em Teresópolis, com a paralisação do atendimento na Beneficência Portuguesa por falta de leitos e de transferência dos pacientes internados.
Visando contornar a crise exposta, ainda de manhã, a direção da Beneficência Portuguesa oficiou o Conselho de Saúde e a secretária de Saúde, Clarissa Guita, informando a impossibilidade na continuidade de internações pediátricas, porque os leitos destinados ao serviço SUS estavam completamente ocupados e já estando disponibilizados ao SUS a ala particular, emergencialmente, solicitando a intervenção da Secretaria de Saúde para agilizar as transferências para a liberação dos leitos visando a novos atendimentos e internações.
“Não temos credenciamento SUS para internação, nossa parte é o atendimento de urgência e emergência e pedido de transferência. Só de internação de pediatria temos dez leitos ocupados, e não tem como internar ou atender. Falei com a secretária, que disse já ter conseguido três leitos e até a noite arranja mais dois, no HCT”, disse Paulo Ribeiro a O DIÁRIO, anunciando que estava regularizando o atendimento, depois de duas horas de paralisação.
A secretária Clarissa confirmou o problema na Beneficência, mas lembrou que a gestão do hospital é própria e não da secretaria.
“A Bené está cheia e o Eitel também. Já combinei com o prefeito, de colocar pediatria 24h no Eitel a partir de primeiro de junho, e esse problema na Beneficência não é questão de não querer atender ou não ter as condições, é por causa da quantidade de crianças, porque no inverno tudo piora, é uma questão do clima. A Bené tem a equipe dela, e não temos ingerência no atendimento, mas estamos resolvendo com a direção para acertar o atendimento”.
Afirmando que, em momento nenhum ficou sem atendimento de pediatria no município, no início da noite desta sexta-feira, a secretária Clarissa informou a O DIÁRIO que, ao fim do dia, esteve na Beneficência. “tinha 15 crianças para serem atendidas e todas que estavam esperando internação foram para o HCT.