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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Dinheiro da Educação foi usado para comprar diversos outros imóveis

Prefeitura se cala diante das notícias de irregularidades na aquisição de prédio que vai a leilão na semana que vem

Wanderley Peres

“Qual providência a Prefeitura está tomando para garantir a posse do imóvel que comprou para a Educação e está indo a leilão? Existe algum inquérito administrativo para apurar responsabilidades de servidor no caso da compra do imóvel? Existe alguma pendência judicial nos demais imóveis que a Prefeitura comprou para a Educação? Quais são os demais e os endereços dos imóveis que a Prefeitura comprou para a Educação? E, onde serão instaladas as secretarias que funcionam no imóvel em vias de ser leiloado?”.

Sem obter respostas, O DIÁRIO voltou a questionar a Prefeitura em busca de informações sobre o escandaloso caso da compra do prédio da antiga fábrica Pluma, que vai a leilão na semana que vem. O imóvel que o prefeito mandou pagar R$ 6 milhões e meio por ele estava com restrições, e desde julho é patrimônio do banco Bradesco. As restrições não foram observadas pela Procuradoria Municipal, nem pelos setores responsáveis da Educação, transação suspeita que ocorreu dois anos atrás, e que já foi alvo de investigação na Câmara Municipal, a pedido do vereador Maurício Lopes, que também de forma suspeita se calou depois de se aproximar do governo, pela passividade, participando do conluio.

Documento no Cartório comprova que o imóvel é do Bradesco. Leilão está confirmado para o dia 4 de dezembro
Site da Prefeitura confirma que Gestão Vinicius Claussen pagou R$ 6,5 milhões por imóvel em 2021

A Prefeitura nada responde, dizendo apenas que a Procuradoria, a mesma procuradoria suspeita de ter induzido a erro em parecer dado, estaria “vendo”. E, enquanto o governo não informa sobre a denúncia feita, nem desmente a notícia, como costuma fazer, inconsequentemente, se vislumbra também suspeitas de que além do galpão de 6 milhões e meio de reais, o governo teria comprado outros imóveis em prejuízo para o erário, entre eles uma casa na Granja na Granja, que havia sido adquirida por menos de 500 mil e comprada pela municipalidade por R$ 1 milhão, quando se abandonou prédio próprio que poderia ser facilmente recuperado. Numa sanha imobiliária nunca vista na Educação, a Prefeitura comprou, ainda, diversos outros imóveis para a mudança de escolas, o que não vinha ocorrendo antes, mesmo nos governos chamados corruptos, da “velha política”. Até onde se sabe, vagamente, porque descobrir sobre o assunto é um processo difícil diante da falta de transparência do atual governo municipal, a Educação adquiriu uma casa para a creche Mara Lúcia, na Beira Linha, que à época foi denunciada a transação, em sessão da Câmara, pelo vereador Raimundo Amorim; outra para o CEMEI Várzea, na rua padre Feijó, na Tijuca; para a Elza Corradini, no Bom Retiro, e duas casas em Agriões, entre outros. Num desses imóveis, além dos valores considerados exorbitantes, também haveria pendências, ou situações em que o bem aumentou o custo por conta de multas e obrigações do antigo proprietário que teriam ficado pendentes.

Imóvel pago com dinheiro do Fundeb é sede da secretaria de Cultura, sSecretaria de Turismo e Comunicação da Prefeitura de Teresópolis

“Ainda estou aguardando a cópia de processo após junho de 2022. Essas peças eu já tinha aqui guardadas”, encaminhou documentos à redação do DIÁRIO um conselheiro. Mas, com isso que já temos, fica nítido o crime de responsabilidade da administração municipal, tendo como atores agentes políticos que deveriam orientar, como é o caso do parecer da Procuradoria, que induz a administração ao erro quando deixa de informar detalhes do RGI; da secretaria que ordena o pagamento com parte do Fundeb e parte da conta 00, o que expressamente proibido pelo FNDE para aquisição de bens imóveis, e ainda do prefeito que autorizou a desapropriação, e do vendedor que ciente de uma dívida não promoveu sua quitação, deixando o imóvel ser perdido”.

Os motivos que levaram o prefeito a comprar um prédio que está sendo vendido por até um terço do preço que pagou por ele precisam ser confessados, e esclarecido também o empenho do governo pela temerária transação, porque os riscos foram denunciados em tempo hábil, numa reunião CACs Fundeb, que é o Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação Básica, e mesmo a celeuma indo à Câmara de Vereadores, que convocou a secretária de Educação a dar explicações, a negociata foi feita. As suspeitas das irregularidades na aquisição do referido imóvel se concretizaram nas falas dos conselheiros na sessão do dia 19 de abril de 2022, quando o coordenador geral do SEPE-Teresópolis, então conselheiro, Flávio Lopes questionou o preço que estava sendo pago pelo imóvel, que seria maior que o praticado pelo mercado; as pendências na documentação do imóvel; e ainda o fato agravante de não haver urgência para a aquisição e ainda a possibilidade do imóvel vir a ser utilizado por outra secretaria, que não apenas a Educação, como acabou ocorrendo.

Ata de reunião comprova que situação foi denunciada no Conselho

Presidida pela conselheira Adriana da Rosa Nogueira, participaram da reunião Mônica Mesquita, Eduardo Duarte, Denise Ritter, Marcia Andreia, Rafaela Maia, Flávio Lopes, Gláucia Arruda e Rosângela Rezende e ainda a assistente técnica dos órgãos de Controle Social, Fabrine Mendes, decidindo o conselho, por seis votos a dois pela deliberação pelo negócio, um conselheiro se abstendo de votar. Vendo derrotada a proposta de reprovação à compra e, por conseguinte não utilizar os recursos do FUNDEB, Flávio ainda solicitou ao CME a investigação do status do RGI, a quitação dos impostos, débitos trabalhistas vinculados ao CNPJ da empresa proprietária, para o que estaria por ser feito. “Hoje, todas as preocupações levantadas dois anos atrás vêm à tona. Resta saber quem será responsabilizado pelo uso indevido dos recursos do FUNDEB”, disse o conselheiro Flávio Lopes a O DIÁRIO.

Edição 11/12/2024
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