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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Disputas internas dividem PP e MDB para eleição suplementar

Antecipação de candidaturas para convenções partidárias gera desconforto entre diretórios e filiados nas principais siglas

Anderson Duarte

Mesmo tendo a próxima eleição em Teresópolis uma disputa em caráter suplementar, portanto, não ordinária, regras como a realização de convenções partidárias seguem sendo necessárias para a garantia do devido processo legal de escolha de nossos governantes. E mesmo muito antes de se registrar uma data para a realização do pleito, ou da publicação das regras da mesma, já se tem muita briga e discussão entre as figuras políticas do cenário municipal e estadual. A famosa e famigerada disputa de poder entre as legendas partidárias já começou faz tempo e o eleitor, como sempre, sequer tem sido levado em consideração no processo. Os dois principais partidos do próximo processo, PP e MDB, que ocupam essa posição tendo em vista serem os comandantes das nossas Casas Legislativa e Executiva, lideram também as polêmicas com divisões internas e negociações que o mais atento cidadão sabe que não costumam acabar bem para nós simples populares.
No partido de Pedro Gil, Mario Tricano e Marcão da CPI, a disputa parece ser ainda mais acirrada que na legenda adversária, e por isso, a convenção do PP promete ser a mais disputada, caso não aconteçam composições ou negociatas até que seja realizada. Logo que pediu exoneração do cargo de secretário de trabalho e renda, o presidente municipal da sigla, Marcus Vinicius Marcão, deixou claro que é o candidato do partido e que não aceita apoiar o atual prefeito em caso de aprovação favorável a isso. “Saio de cabeça erguida e a sensação de dever cumprido. Com a troca de comando no executivo municipal, bem como por exigibilidade por parte da legislação eleitoral, que impõe que seja feita a desincompatibilização dos cargos que ocupei até o dia de hoje, a meu pedido, me desligo e me despeço dos cargos que ocupei”, disse o político em sua rede social complementando com a intenção de concorrer a prefeitura no pleito suplementar. 
Segundo informações do Diretório do PP, Mario Tricano é candidato ao cargo de deputado estadual, e com o anúncio prévio de Marcão, somente caberia a Pedro Gil ter sua candidatura homologada em convenção. Entretanto, informações de bastidores colhidas com a cúpula central pepista, vide Francisco Dorneles, quem manda na cidade é Mario Tricano, e quem vai decidir é ele e o diretório. Também questionado quanto a possibilidade, Marcão já anunciou que se essa for a escolha do partido no município, ou seja, apoiar o atual prefeito na eleição, ele deixa o cargo de presidente e inicia apoio em outra candidatura de imediato. Mesmo que a legislação preveja a possibilidade de escolha em convenções, algumas legendas entendem que este “participar” de convenção é um poder discricionário na própria direção do partido, portanto, não convencionado para todos os filiados. Esse é o caso do PP, que está entre Marcão e Pedro Gil para a disputa a Casa Rosada.
 O MDB, que adotou recentemente essa nomenclatura como forma de fazer referência ao período em que instituía franca oposição no país, está dividido entre duas lideranças para a posição de candidato a prefeito de Teresópolis no pleito suplementar: o vereador Leonardo Vasconcelos e o médico Luiz Ribeiro. Ambos terão de conquistar a aprovação, em caso de se confirmar a pretensão anunciada, a maioria dos votos em convenção partidária. Segundo as normas do MDB, a convenção é soberana, e participar dela é um direito garantido aos filiados da sigla, por isso, disputa interna no partido deve apresentar características mais dramáticas que no PP. Leonardo Vasconcelos confirmou seu interesse em discurso na Sessão do Legislativo nesta semana e Luiz Ribeiro foi o segundo mais votado da eleição cancelada, mas ambos terão de conquistar a vaga na briga interna, mesmo sendo clara a pretensão de velhas figuras do partido de Picciani, Cabral, Pezão, entre outros, de apoiar um mandatário para o enfrentamento nas urnas. 
Logo que fez o pronunciamento, Leonardo já causou desconforto na sigla, sobretudo por ser um mandatário e de ter conseguido passar por todo período de gestão Tricano, como um defensor dos interesses coletivos. No mesmo período, o vereador ganhou projeção por posicionamentos enérgicos em plenário e por deliberações a favor do interesse da população, que entedia estar na briga entre Executivo e Legislativo, grande parta da origem de suas mazelas. Em contraponto a essa atuação direta, Luiz Ribeiro sempre seguiu dizendo que era o candidato eleito, por guardar condições de elegibilidade e por ter alcançado o maio número de votos ao cargo. Agora, os filiados do diretório teresopolitano, conjuntamente com a direção regional do MDB terão a incumbência de fazer a escolha para a disputa da eleição suplementar entre o político com experiência na urna, e o político que mobilizou e ganhou popularidade com suas ações.

 

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Edição 05/10/2024
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