A expectativa para o mercado de trabalho no fim de 2025 é positiva. De acordo com o professor e especialista em Recursos Humanos da Estácio, Cesar Lessa, o volume de vagas temporárias deve crescer cerca de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda segundo o especialista, o comércio, especialmente o varejista, continua sendo o setor que mais contrata nesse período, impulsionado pelas festas de fim de ano, trocas de presentes e liberação das parcelas do 13º salário.
“Vivemos em uma sociedade essencialmente consumista, e essa movimentação aquece o mercado. E, embora este percentual possa parecer pouco expressivo à primeira vista, considerando o cenário econômico internacional, os conflitos bélicos e as restrições geradas pela alta taxação sobre produtos, precisamos admitir que já é um ganho”, avalia o docente.
Apesar do crescimento nas contratações, cada segmento tem suas particularidades técnicas e as empresas buscam profissionais com autonomia para agir e, ao mesmo tempo, capacidade para trabalhar em equipe. Por isso, o professor destaca que as empresas podem enfrentar dificuldades para preencher as vagas com candidatos que atendam às expectativas. No entanto, ele ressalta que a falta de experiência formal não deve ser um impeditivo.
“Hoje, o conceito de ‘experiência anterior’ vai além do trabalho com carteira assinada. O candidato deve reconhecer vivências que tenham contribuído para o desenvolvimento de competências — sejam elas adquiridas na família, escola, comunidade, igreja ou em atividades voluntárias”, orienta.
Currículo como vitrine
Na hora de montar o currículo, Lessa recomenda que o documento funcione como uma peça de publicidade pessoal, capaz de despertar a curiosidade do recrutador. “O currículo precisa ter o máximo de informações com o mínimo de detalhes. É como um cartão de visitas: deve mostrar quem é o candidato, seus contatos, a vaga que busca, seus conhecimentos, experiências e competências desenvolvidas. E, se possível, o que a empresa pode ganhar ao contratá-lo”, explica.
Para quem ainda não tem experiência profissional, o especialista reforça que é possível construir um bom currículo valorizando o aprendizado obtido em diferentes contextos. Ele cita um exemplo marcante: “Recebi uma vez o currículo de uma candidata que listava competências como empatia, gestão do tempo e atenção a prazos, e descreveu sua experiência de 2010 a 2020 como ‘Cargo: Mãe’. Fiquei curioso e a convidei para uma entrevista. O currículo dela despertou interesse — e esse é exatamente o papel de um bom currículo.”









