Um esquilo branco raríssimo foi identificado no Parque Estadual da Pedra Branca, localizado na Zona Oeste da capital fluminense. A variação da espécie Guerlinguetus ingrami, conhecida popularmente como Caxinguelê, até hoje só havia sido avistada na Escócia e na Inglaterra. O condutor de trilhas e adotante do Parque, Iarle Wally, fez o registro fotográfico (acima).
– Eu me formei como condutor de visitantes em 2016, mas desde 2008 eu faço trilhas na Pedra Branca. Eu sempre gostei de fotografar os animais que encontro por esses caminhos, alguns se assustam, outros são mais tranquilos. Quando eu fotografei o Caxinguelê, não sabia que era uma espécie tão rara – contou Iarle.
O Parque da Pedra Branca, uma das 39 unidades de conservação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e uma das maiores florestas urbanas do mundo, é reconhecido internacionalmente como uma área prioritária para conservação de biodiversidade. Os seus quase 12.500 hectares, localizados na Zona Oeste do município do Rio de Janeiro, preservam um remanescente da Mata Atlântica em um ponto estratégico da cidade.
Encontrada na região, a espécie rara é uma variação do esquilo marrom. Sua aparência é causada por uma mutação genética, chamada leucismo, que provoca a perda parcial da sua pigmentação. A condição é diferente do albinismo, que é a ausência completa de melanina.
Devido a sua coloração, o Caxinguelê branco é presa fácil para outros predadores, o que dificulta a chegada de muitos indivíduos à fase adulta. O animal costuma se locomover pela copa das árvores, descendo apenas para buscar alimentos ou enterrar sementes.
– Quando a gente recebeu a foto e não reconheceu a espécie, nossos técnicos entraram em contato com pesquisadores de Stanford e Harvard, que confirmaram ser o animal visto apenas no Reino Unido. A probabilidade de achar uma espécie dessa é de uma em um milhão, o que deixa claro a importância do trabalho de preservação realizado na Pedra Branca – contou Alex Ignácio, gestor do Parque Estadual Pedra Branca.