O estado do Rio de Janeiro iniciou nesta segunda-feira (13) campanha de vacinação contra o sarampo para evitar que a população fluminense sofra com um surto da doença, como o registrado em São Paulo no ano passado. A mobilização vai até 13 de março e tem como meta vacinar 3 milhões de pessoas nos 92 municípios do estado. O público-alvo é a população de 6 meses a 49 anos de idade.
O Rio de Janeiro teve 373 casos confirmados de sarampo no ano passado, o que já representa uma alta expressiva frente aos 20 casos confirmados em 2018. A incidência da doença avançou em diversas partes do mundo nos últimos dois anos e fez com que países como o Brasil, o Reino Unido e a Venezuela perdessem o certificado internacional de erradicação do sarampo.
A região metropolitana do Rio de Janeiro concentrou a maior parcela de casos confirmados no ano passado, com 100 na capital e 250 na Baixada Fluminense. O secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, alertou que a imunização é necessária para criar um bloqueio contra o avanço.
Sem vacinação, o número de casos em 2020 pode passar de 10 mil. "Detectamos uma baixa cobertura vacinal, especialmente da segunda dose", disse Santos. "São Paulo, que é um estado vizinho, teve em 2019 mais de 14 mil casos. Há um risco, em potencial, de que o Rio vir a enfrentar um surto grave de sarampo no Rio se não forem tomadas essas medidas."
A campanha de vacinação no Rio de Janeiro terá dois dias D – 1º de fevereiro e 7 de março –, nos quais será reforçada a mobilização, incluindo polos de vacinação em locais de grande circulação, como estações de trem, metrô e barcas. O governo do estado também pretende fazer uma busca ativa das pessoas que não se vacinaram, nas residências, escolas e universidades.
A meta para a cobertura da vacina tríplice viral é de 95% nas duas doses. Na primeira, praticamente todo o estado chega ao patamar exigido, com exceção de cidades como Nova Iguaçu, Macaé e Magé. Quando observada a segunda dose, no entanto, a vacinação é baixa de maneira geral, com cobertura de 75% na capital e situações bem mais graves, como a de Nova Iguaçu, onde a imunização chega apenas a 25%. Segundo o secretário, a divulgação de informações falsas nas redes sociais tem atacado a credibilidade das vacinas, prejudicando a cobertura.
"Procure o posto de saúde mais próximo de sua casa. Os profissionais são treinados e têm total capacidade de orientar", ressaltou Santos. Ele destacou que a vacinação é importante para proteger também quem não tem condições de tomar a tríplice viral. "Para cada 1 milhão de pessoas que você vacina, você protege 2 milhões. As pessoas que podem se vacinar protegem quem não pode."
A Secretaria Estadual de Saúde informou que pessoas com suspeita de sarampo, imunocomprometidas, gestantes e crianças com menos de 6 meses não devem tomar a vacina. Alérgicos a proteínas do leite de vaca têm de informar essa condição ao profissional de saúde no posto de vacinação para que recebam a dose feita sem tal componente.
A campanha pede atenção especial para a imunização de criança na faixa de 6 meses a 4 anos e adultos com idade entre 20 e 29 anos. Esses grupos são os mais vulneráveis à doença. Quem tem mais de 49 anos não está incluído na campanha porque teve contato com o vírus do sarampo durante a infância, quando a circulação da doença era maior.