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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Estelionato: número de casos subiu 227% no primeiro trimestre em Teresópolis

Golpistas se utilizam cada vez mais da tecnologia. Pandemia elevou número de transações financeiras online

Luiz Bandeira

Levantamento realizado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) aponta um crescimento preocupante no número de crimes de estelionato em Teresópolis. Essa alta tem sido gradativa e constante, porém o salto dos primeiros três meses do ano causa certa perplexidade. Comparando com o mesmo período de 2021, de janeiro a março de 2022 foram registrados 288 crimes enquadrados no artigo 171 do Código Penal Brasileiro, o que representa um acréscimo de 227,3% ante os 88 casos dos três primeiros meses do ano passado. De acordo com os dados do estudo constantemente realizado pelo ISP, onde estão concentrados todos os registros de ocorrências criminais no território do Estado do Rio de Janeiro, o estelionato está entre os cinco crimes mais cometidos na cidade. Outros fatores relevantes e que merecem atenção, é que a disseminação das novas tecnologias de comunicação, sobretudo entre a população mais idosa, além do longo período de pandemia que levou ao isolamento social, obrigando a população a realizar mais transações financeiras via aplicativos em aparelhos móveis, ofereceram aos fraudadores um amplo e fértil campo de atuação para cometerem os chamados crimes de engenharia social.
Por isso é importante alertar à população sobre a crescente onda de estelionatos praticados em Teresópolis, já que enquanto em todo ano passados tivemos 560 registros deste tipo de crime na 110ª DP, só nos três primeiros meses deste ano já temos 288 casos, mais do que a metade do total de casos de 2021, que se mantiver a tendência pode ser superado até o fim do ano. Se compararmos isoladamente o mês de março o avanço é ainda mais impressionante, de 2021 para 2022 houve uma elevação de 362,5%.
A vulnerabilidade da população não é causada só por desatenção ou falta de cuidado com a segurança em transações financeiras na internet, é também por que os golpistas se multiplicam a cada dia e a variedade de mecanismos que viabilizam golpes, acabam dificultando cada vez mais o trabalho da polícia para combater esses crimes. Os golpes que eram mais praticados pessoalmente, onde o criminoso atuava diante da vítima, atualmente são praticados com mais frequência nas redes sociais ou nos aplicativos de mensagens como o Instagram, Facebook ou whatsapp e geralmente onde o estelionatário não se revela.

Golpe no Whatsapp
“Oi Mãe! Armazena meu número novo. O outro ficará somente para trabalho, ok?!”. Assim começa uma conversa que pode terminar em grande prejuízo caso a pessoa não esteja atenta. Ela foi enviada via Whatsapp para uma cozinheira que inicialmente acreditou que estava falando com um dos seus três filhos e, que, caso não tivesse conseguido falar com o “de verdade”, poderia ter perdido R$ 2.345,00. Na continuidade da conversa, o golpista alegava ter tido a senha eletrônica bloqueada e que precisava do valor para pagar uma conta. Como a vítima disse que não sabia realizar transferência bancária, o estelionatário informou que emitiria um boleto para pagamento, que poderia ser feito até no dia seguinte. Tal situação tem sido registrada com frequência, com a venda de dados pessoais pela internet e a busca através de páginas como Facebook e Instagram.

Fique atento às dicas
O golpe é bem elaborado, no entanto, o modus operandi dos criminosos é semelhante, de forma que é possível escapar de fraudes seguindo recomendações simples e atentando para alguns detalhes. Para Fábio Assolini, analista de segurança sênior da Kaspersky, “antes de concluir qualquer transação, é importante confirmar a autenticidade da história com o dono da conta por meio de um canal não acessível ao golpista. Vale enviar uma mensagem via WhatsApp ou fazer uma ligação telefônica, por exemplo”. Outra recomendação é observar os dados da chave Pix informada pelo criminoso. Segundo Assolini, “o envio de uma chave registrada em nome de terceiros é um dos indícios mais fortes de que se trata de um golpe”.

Aumento de pena para crimes cibernéticos
O Projeto de Lei 3376/20 insere o estelionato virtual no Código Penal. Pelo texto em tramitação na Câmara dos Deputados, essa modalidade terá pena de reclusão, de 2 a 10 anos, e multa – o dobro daquela prevista para o estelionato. “Esse crime serve como espécie de renda alternativa para criminosos, sobretudo porque furtos e assaltos diminuíram em virtude das restrições sociais na pandemia”, afirmaram os autores da proposta, deputados Sanderson (PSL-RS) e Major Fabiana (PSL-RJ). O projeto já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e aguarda ser levada a plenário para aprovação. Não seja mais uma vítima, certifique-se de toda a segurança necessária em transações bancárias e financeiras. Se for vítima de estelionato não deixe de registrar um boletim de ocorrência para que os criminosos não fiquem impunes.

Edição 22/11/2024
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