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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Estiagem: Queda principal da Cachoeira dos Frades está seca

Grande redução do volume d´água também em outros locais atenta para risco de desabastecimento

Marcello Medeiros

Turistas e teresopolitanos que procuraram a Cachoeira dos Frades no último fim de semana, mesmo que somente para curtir a beleza cênica, visto que o clima gelado acaba desanimando a grande maioria de entrar na água, acabaram voltando para casa sem pelo menos um bonito registro do famoso atrativo turístico localizado no Terceiro Distrito de Teresópolis. Devido ao período de estiagem, a queda principal está completamente seca – restando apenas um assustador poço esverdeado. Com o baixo volume de água, visto que não chove há bastante tempo naquela região, o agora nada caudaloso rio está seguindo apenas para uma queda bem menor e escondida por fragmento de mata e muitas grandes pedras, no lado esquerdo da cachoeira. Além da questão estética e turística, essa situação mostra que os moradores locais devem colocar a economia de água em pauta nos próximos meses. Geralmente a Cachoeira dos Frades apresenta tais condições de meados de agosto em diante e, além disso, outros rios da região também estão na mesma condição, o que pode representar risco de desabastecimento em breve.
A maioria da população desconhece, mas o Rio dos Frades é um dos que compõem o principal sistema de abastecimento da Cedae em Teresópolis. Poucos quilômetros depois da famosa cachoeira, passando antes por Campanha, ele deságua no Rio Preto, onde, mais um bom trecho à frente, se encontra a central de captação da Companhia Estadual de Águas e Esgotos, na localidade de Providência, já no Segundo Distrito. Em 2015, O DIÁRIO registrou os Frades na mesma condição, mas quase no mês de setembro. Naquele ano, Teresópolis registrou problema com o abastecimento. Nesta sexta-feira, entramos em contato com a Cedae para saber como está a captação atualmente e se confirma a preocupação com o menor volume de água. Em nota encaminhada para nossa redação foi informado que: “Embora não seja o órgão responsável pelo monitoramento dos rios e reservatórios, a Cedae acompanha todos os dados sobre a variação dos níveis dos rios onde capta água e mantém contato com os atores envolvidos na gestão dos recursos hídricos, como o Inea, a ANA e o ONS. Até o momento não há alterações na produção e distribuição de água da região”.

Como funciona o sistema
Há alguns poucos anos, visitamos as estações da Cedae para registrar como funciona o serviço e qual a capacidade de captação, tratamento e distribuição do bem mais precioso e cada vez mais raro que possuímos – e ainda assim tratamos como nunca fosse acabar. O principal sistema de abastecimento do município – responsável por 95% do atendimento – fica em Providência, no Segundo Distrito, ao lado da foz do Paquequer. Mas não é do nosso principal rio que vem a água que chega às residências e estabelecimentos comerciais. A captação é feita no curso d´água ao lado, o Rio Preto. A estação desvia parte do líquido para um desarenador, que, como diz o nome, retém as partículas de areia. Nesse ponto também há gradeamento para evitar que galhos de árvore e outros materiais sejam levados até a elevatória. Em seguida, um conjunto de moto-bombas empurra a água, em um ritmo de 435 litros por segundo, para a localidade de Três Córregos. “Pegamos a água bruta, ainda suja, e enviamos para a estação de tratamento, que fica a 14 quilômetros daqui. São quatro motores, sendo que três são utilizados 24 horas por dia e o outro fica como reserva”, explicou, na ocasião, Wilson Vianna, então responsável pelo Departamento Técnico Operacional de Teresópolis e outros 12 municípios.
E é nas proximidades do KM 71 da Rio-Bahia que acontece uma das principais etapas do processo, o tratamento da água que será distribuída aos teresopolitanos. Na ETA, o líquido chega a um grande tanque. Em seguida, vai para um sistema chamado floculação, canais onde a velocidade da água é reduzida e ela recebe sulfato de alumínio líquido, que serve para desestabilizar as partículas de sujeira. A próxima etapa são os grandes tanques de decantação, onde fica tempo necessário para a sujeira ir para o fundo. “Depois a água vai para os filtros, passando por processo de desinfecção – cloração, alcalinização e fluoretação. É o tratamento fundamental para garantir uma água de qualidade, sendo nosso serviço referência há bastante tempo”, relatou também Wilson.

Outros pontos de captação
Após o tratamento concluído a água é bombeada por mais seis quilômetros, ficando em reservatório no bairro da Prata com capacidade para seis milhões de litros. Dali, é distribuída para praticamente toda a cidade através de elevatórias em vários pontos. Outro grande reservatório fica na região do Meudon, o do Sistema Jacarandá, com dois milhões de litros d´água. O município conta ainda com mananciais de superfície, como Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Rio Beija-Flor), Penintentes, Parque Ingá e Cascata dos Amores. Porém, eles atendem a apenas 5% do município e, em épocas de estiagem, esses bairros podem ser atendidos pelo Rio Preto. Um dos grandes espelhos d´água mantido pela Cedae foi desativado em 2011, após toda a situação que envolveu a Tragédia, o do Triunfo, no Caleme.

 

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Edição 23/04/2024
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