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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Estudantes projetam um futuro melhor para Teresópolis

Feira de Ciências do CEEB apresenta trabalhos que podem contribuir com o crescimento do município

Marcello Medeiros

“Respeitar a natureza é respeitar as nossas futuras gerações”. O pensamento é bem claro e mostra a importância de trabalharmos nossas vidas projetando o mundo que queremos deixar para nossos filhos e netos. E essa ideia de contribuir para um lugar melhor tem que ir além da nossa competência, é uma semente que deve ser plantada e regada naqueles que continuarão nosso trabalho, os jovens. Com esse objetivo, aconteceu nesta terça-feira mais uma edição da Feira de Ciências e Tecnologias do Colégio Estadual Edmundo Bittencourt, o CEEB, na Várzea, onde os estudantes apresentaram diversos trabalhos focados não somente no meio ambiente, mas em diversas áreas que têm muito a colaborar com o desenvolvimento desses adolescentes que, em um futuro não muito distante, podem retornar o aprendizado para o município e, logicamente, se destacarem mundo a fora.
“Nossa intenção não é apenas replicar experimentos que já existam, mas sim aplicar esses experimentos e raciocínio desenvolvidos ao longo do ano nessas oficinas de robótica, sustentabilidade e botânica em algum problema que fosse da cidade. Vários projetos fizeram os alunos pensarem nos espaço que convivem todos os dias e pensar soluções para isso, para problema água, para fontes da cidade, para o lixo, para rodoviária que temos aqui, a tornando mais acessível para quem tem alguma dificuldade, seja de visão, locomoção, por exemplo. Isso é produzir conhecimento”, explica o Professor de Biologia Leandro Costa.
“Essa feira é culminante dos trabalhos feito durante o ano todo. Temos aqui uma matéria que se chama iniciação científica, aplicada nesse novo modelo de escola do estado, única nesse modelo na cidade, onde os jovens escolhem que tipo trabalho querem fazer, na área de biologia, física, química, robótica… E hoje temos aqui vários trabalhos dessas oficinas, desde área de sustentabilidade, passando pela botânica robótica, águas, uma abrangência grande de trabalhos feitos por eles durante todo o ano chegando até agora com essa grande apresentação”, completa Marcia Maroun, professora de Química do CEEB.

Projetos sociais
Dezenas de pequenos estandes foram montados no pátio e prédio anexo do Edmundo Bittencourt, chegando alguns experimentos a ocupar salas inteiras, como o “sensorial”, onde os visitantes puderam vivenciar as dificuldades dos deficientes visuais. Na sala de robótica, mais um projeto de cunho social, o colete com sensor para facilitar a movimentação daqueles que não enxergam. “Pegamos um sensor de proximidade e montamos um colete para ajudar deficientes visuais no dia a dia, para acessar lugares onde não podem entrar com cão guia, por exemplo. Colocamos como exemplo uma casa e um ursinho com esse colete, mostrando como se movimentaria em um local com móveis, alguns objetos casa. Quando chega perto de algo ele apita indicando esquerda ou direita. Queremos aprimorar, testar em pessoas e ver se realmente funciona, ver se algum um dia uma pessoa poderá usar”, explica o jovem Luiz Gabriel Gomes, da turma 1001, que apresentou o trabalho lado da colega Letícia, da turma 1002. 
Na mesma sala, encontramos vários outros trabalhos que podem muito bem ser ampliados e aplicados em Teresópolis, como o “Conhecendo o Solo”. Nele, é instalado um sistema que indica quando é preciso fazer a irrigação da lavoura. Outro bastante interessante é o que promove a transformação do terminal rodoviário em um local com acessibilidade – bem diferente do que encontramos atualmente.

De olho no lixo
Apesar de conhecido pelas belezas naturais e a proteção de três unidades de conservação ambiental, nosso município não é referência no pensamento ecologicamente correto. Um exemplo disso é o baixo investimento na coleta seletiva e o abandono do Aterro Sanitário do Fischer, que virou novamente um lixão por incompetência administrativa da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Atento que todo lixo não é simplesmente lixo e que pode voltar ao ciclo de consumo, evitando assim a ampliação dos danos ambientais, outro grupo de estudantes trabalhou esse foco dentro do tema sustentabilidade. “Nosso trabalho foi feito em cima da reciclagem de papelão e papel. Hoje em dia é muito importante pensar nos três R´s, reduzir, reciclar e reutilizar, principalmente levando-se em conta que Teresópolis não pensa muito e não divulga a coleta seletiva”, atenta a jovem Leandra Carvalho, da turma 1003. No mesmo ambiente, experimentos sobre reaproveitamento de alimentos e a criação de sabão caseiro a partir de óleo de cozinha usado.

Escola é referência
O tamanho e diversidade de trabalhos apresentados na Feira de Ciências e Tecnologias do Edmundo Bittencourt atraíram também estudantes de outros estabelecimentos de ensino. “Essa é uma parceria que fazemos com escolas municipais da cidade para que esses jovens tenham a oportunidade de conhecer um pouco mais da área de ciência, ver mais trabalhos práticos e experimentos. Aqui conseguimos mostrar isso para os jovens e promover interesse pela ciência, além de poderem conhecer melhor nossa escola”, reforça a professora Márcia.
Leandro Costa destaca ainda que eventos desse tipo são de grande importância para os alunos se interessarem ainda mais pelos estudos. “A ideia também é pensar essa nova forma de ensino, uma forma diferente, aplicar a situação-problema com eles. Dar na mão, instrumentaliza-los com várias técnicas para que possam utilizar para responder esse problema e ensinar a serem autônomos para pensar melhores soluções. Isso é dar poder a essas pessoas para que possam aplicar esse conhecimento em prol da cidade, se tornar cidadão, pegar esse conhecimento da sala de aula e conseguir de alguma forma aplica-lo”, enfatiza, lembrando que a Feira de Ciências é fruto do trabalho da equipe de ciências naturais do Edmundo Bittencourt.

 

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Edição 27/12/2024
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