Marcello Medeiros
Em tempos de covid, dengue e outras moléstias que assolam a população nesses tempos modernos, às vezes boa parcela das vítimas contribuem para piorar seu próprio quadro de saúde e também para complicar a vida de quem não tem nada com isso. Um grande exemplo como a falta de civilidade e o respeito com o próximo podem representar agravamento de doenças e perda de qualidade de vida de uma comunidade é um terreno baldio localizado na Rua Filomena, ao lado da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Frequentemente, criminosos – isso mesmo, pois quem comete crime ambiental é tão bandido quanto quem bate uma carteira – depositam lixo de todo o tipo nesse local, indiferente da vizinhança à porta de entrada do SUS no município ou a proximidade de residências. E, não bastasse o risco da proliferação de vetores de doenças como mosquitos e ratos, nesta sexta-feira colocaram fogo em móveis velhos depositados erroneamente no terreno baldio. Ou seja, poluição de solo e ar já se evidencia em uma alarmante situação que se repete semanalmente e parece não ter solução.
Há pouco mais de uma semana, equipe da secretaria municipal de Serviços Públicos esteve no mesmo endereço para remover pelo menos dois caminhões de entulhos, restos de móveis e lixo doméstico. Assim que os veículos da prefeitura viraram a esquina, começou o descarte criminoso em via pública mais uma vez. Logicamente, o principal culpado nessa situação é quem acredita que o que não lhe interessa mais pode ser simplesmente deixado em terrenos baldios, margens de vias públicas ou dentro de rio, como se viu na região da Beira-Linha recentemente.
Mas o governo municipal também tem sua parcela de responsabilidade: afinal, não adianta ficar somente retirando resíduos e permitindo que se continue despejando novamente. É preciso fiscalizar. Colocar câmeras ou rondas para tentar flagrar caminhões utilizados para descarregar resíduos nesse local, apreender esses veículos e notificar os motoristas. Outra solução seria transformar o cantinho em um espaço público com utilidade, uma pracinha ou uma quadra, por exemplo.
Outra necessária intervenção do poder público é retomar um serviço que ocorreu até alguns anos atrás, nos tempos da “velha política”: o recolhimento de restos de móveis e entulhos de obra, materiais que não são levados pela coleta regular e que acabam sendo despejados errônea e criminosamente em vários bairros do município. Será que se houvesse um desses lixões clandestinos ao lado das mansões de 40 Casas, tais ações sairiam do campo do imaginário?
Faça sua parte, denuncie
Denúncias podem ser feitas à fiscalização ambiental pelo telefone (21) 2742-7763, de segunda a sexta, das 9h às 17h, ou encaminhadas à Ouvidoria Geral do Município pelos telefones 162 e (21) 2742-5074, pelo whatsapp (21) 98126-4038, pelo e-mail ouvidoria@teresopolis.rj.gov.br e também pelo aplicativo e-Ouve. Todas serão encaminhadas para a Secretaria de Meio Ambiente. Veículos identificados descarregando lixo nesse e em outros locais irregulares podem ser apreendidos.