Cadastre-se gratuitamente e leia
O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
em seu dispositivo preferido

HCT recebe R$ 18 milhões dos R$ 94 milhões que a Prefeitura deve, mas hospital não volta a atender SUS

Além de não pagar pelos serviços de saúde, Prefeitura retém recursos de emendas parlamentares e verbas específicas para o hospital

Wanderley Peres

Dizendo-se “surpreendido” com a decisão do Hospital das Clínicas, Vinícius Claussen comemorou nesta quinta-feira, 7, o pagamento da “dívida”, anunciando que irá à Justiça para que o hospital continue a atender sem o devido pagamento pelos serviços prestados. “Informamos que efetuamos um pagamento hoje, de R$ 18.412.570,08 ao HCTCO, e que estamos entrando com um pedido de reconsideração no Tribunal de Justiça para renegociar o restante da dívida e para retomar os serviços prestados pela unidade de saúde”, publicou em Nota.

Contrariando a decisão da Justiça, que impôs “a solução jurídica imediata para que seja restabelecido o equilíbrio entre as partes na prestação de serviço com a devida contra-prestação pecuniária”, o prefeito publicou que a dívida seria de outros governos e que parte dela está sendo discutida, por isso não estaria sendo paga. “Sobre o valor apresentado pelo HCTCO, que aponta cerca de 91 milhões em dívidas [na verdade, já seriam R$ 94 milhões], informamos que cerca de 30 milhões são precatórios, uma dívida anterior a 2017 e outros R$ 30 milhões são de glosas, ou seja, pagamentos feitos sem a comprovação dos serviços prestados, que a Secretaria de Saúde de nosso governo identificou através de auditoria. Desse montante, restariam cerca de R$ 30 milhões em dívidas, das quais R$ 18 milhões foram quitadas hoje, dia 7 de dezembro de 2023. Reiteramos nossos esforços para que tudo seja resolvido o mais rápido possível. Teresópolis não ficará sem esse serviço, tão essencial à saúde de todos”, mentiu.

23 de dezembro de 2022 – Prefeitura fez acordo com a FESO e não cumpriu, acumulando uma nova dívida – Arquivo

Anunciada na noite desta quarta-feira, 6, continua a paralisação do atendimento SUS no Hospital das Clínicas Costantino Ottaviano. O HCTCO suspendeu o atendimento SUS desde as 7 horas do dia 7 de dezembro de 2023, afetando os atendimentos ambulatoriais, consultas, exames, e a retaguarda para a UPA e cirurgias eletivas. Assinado pelo presidente Antônio Laginestra e o diretor geral da Fundação Educacional Serra dos Órgãos, Luiz Eduardo Tostes, um comunicado à população de Teresópolis apontou para decisão judicial em virtude de dívida da Prefeitura. Apesar do calote da Prefeitura, “em nome de sua responsabilidade social, o HCTCO manterá para o SUS apenas os atendimentos de urgência e emergência para traumato-ortopedia, obstetrícia, acidentes com animais peçonhentos e os leitos de CTI”, diz a Nota.

A decisão judicial a que se refere a direção da FESO, e que o prefeito considera “dívida paga”, foi dada pela Desembargadora Lídia Maria Sodré de Moraes, relatora da ação na Sexta Câmara do Direito Público do TJRJ, que discute em segunda instância a queixa do HCT de ser obrigado a fazer o atendimento SUS sem o devido pagamento pela Prefeitura, quando foi acumulada dívida desde o início do ano, após decisão favorável ao prefeito no juízo da Comarca, e que já chega perto de R$ 100 milhões, exorbitante valor que equivale à outra “dívida impagável” contraída com os dois outros hospitais da cidade, Beneficência Portuguesa e Hospital São José.

“Entendendo que o encerramento da controvérsia por meio de decisão definitiva de mérito está longe de ser alcançada no juízo singular, impõe, necessariamente, uma solução jurídica imediata para que seja restabelecido o equilíbrio entre as partes na prestação de serviço com a devida contra-prestação pecuniária. Por derradeiro, sublinhe-se, que diante de todas as informações trazidas, não somente neste recurso, mas também nos autos principais, é que se manifesta, devido às frustradas tentativas de um novo acordo, como teratológica a decisão de Primeiro grau, configurando o perigo de dano irreversível e de violação clara do direito comum, notadamente, pela documentação trazida pela agravada. Pelo exposto, RECONSIDERO a decisão que indeferiu o pedido de efeito suspensivo para CONCEDER o referido pedido de suspensão da decisão que deferiu a tutela e, ainda, DETERMINAR, o imediato pagamento do valor de R$ 18 milhões, 412 mil e 571 reais, valor esse tido como incontroverso, no prazo de 10 dias, sob pena de responsabilidade e desobediência pelo descumprimento da administração municipal”, diz a decisão.

Edição 26/07/2024
Diário TV Ao Vivo
Mais Lidas

Turismo de experiência em Teresópolis, transformando viagens em vivências memoráveis

ALERTA: Homens passam notas falsas no comércio de Teresópolis

Bloqueio total nas contas da Prefeitura de Teresópolis impedem pagamentos cotidianos do mau governo

Extremos climáticos dominam 1º Reunião de Engajamento do G20 Regional

Terreno da Sudamtex, de novo bairro a lixão clandestino

WP Radio
WP Radio
OFFLINE LIVE