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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Encontro de numismática e colecionismo em Teresópolis

Cédulas, moedas, medalhas e outros itens históricos ou artísticos em exposição

Nina Benedito
Ainda pouco conhecida pela maioria das pessoas, a numismática é a ciência que estuda cédulas, moedas e as medalhas, além de outros itens de pagamento metálicos ou não, sob o ponto de vista histórico, artístico e econômico. O termo também é muito empregado como sinônimo ao colecionismo desses itens. Em entrevista na Diário TV, Felipe Rocha, Diretor do CNERJ (Clube Numismático do Rio de Janeiro), Coordenador Regional (sudeste) da Sociedade Numismática Brasileira e Presidente Clube Numismático de Teresópolis, fundado em 2022 no município, falou sobre a importância dessa ciência para a nossa história. “O universo da numismática é bem amplo, e ela estuda tudo isso ao longo dos anos, a gente propõe que as pessoas olhem para o dinheiro além dessa troca comercial. A numismática ensina muito pra gente e muitas das vezes passa imperceptível”, explica Felipe.
É possível estudar um país por meio das moedas e entender os planos monetários . O Real, por exemplo, é o singular do Réis, que foi vigente até 1942. Até hoje, o Brasil teve sete planos monetários, e através de cédulas e moedas desses planos, fala-se de economia, da situação financeira do país e dos personagens ilustres. Na década de 30, uma série de moedas do Brasil com importantes personalidades foram cunhadas, chamava-se “Brasileiros Ilustres”. O médico Oswaldo Cruz foi retratado, na década de 40 Getúlio Vargas teve uma importância muito grande, e a Numismática retratou isso através de moedas e cédulas. “E sem falar nas cédulas do Império que são obras de arte, bem diferentes das cédulas que a gente usa hoje, e as medalhas também são um capítulo á parte”, diz Felipe.

Moedas circulantes e comemorativas
Ainda segundo Felipe Rocha, existem as moedas circulantes, que são produzidas para circulação comercial, as circulantes comemorativas, que circulam, mas foram para comemorar algum momento histórico, como as moedas das Olimpíadas por exemplo. Ainda existem as moedas somente comemorativas, que é o caso da moeda de Cem Cruzados da Abolição da Escravatura. “O Brasil produziu moeda desde que os portugueses chegaram ao país, de 1500 a 1643 as moedas que circulavam aqui, eram as moedas que Portugal produzia para circular nas colônias, São Tomé e Príncipe, Angola, e Brasil também. A primeira Casa da Moeda do Brasil, que foi na Bahia, a partir de 1643 começou a produzir essas moedas. Até 1900 foram cunhadas as primeiras moedas comemorativas, do 4º Centenário do Descobrimento do Brasil”.

As moedas colecionáveis geralmente são manuseadas com luvas – Felipe Rocha

Colecionismo por tema
“O colecionismo é bem abrangente, eu tenho amigos que colecionam até o hoje a temática futebol, Rainha Elizabeth, países extintos, enfim. As do Príncipe Edward, que mandou produzir moedas da própria ilha dele que era colônia britânica, por exemplo. Medalhas comemorativas dos personagens do Império do Brasil, D. João, D. Pedro II, Imperatriz Teresa Cristina , Conde D’Eu, todas da Coleção Ouro Preto, que produziu medalhas maravilhosas no Brasil, todas cunhadas em prata. A maioria das medalhas eram cunhadas em prata, bronze ou ouro. Hoje em dia o ouro é usado em menos quantidade, antigamente eram produzidos em maior quantidade porque eram metais que tinham em abundância, somente depois que descobriram o níquel e o alumínio, que tem um valor menor e saem mais barato”, explica.

Colecionadores expõe moedas, medalhas e cédulas antigas além de realizarem trocas – Felipe Rocha

Moedas do Terceiro Sistema
Todas de prata, elas circularam no Brasil de 1848 a 1889 quando o país tornou-se República. A coleção completa se dá por tipo, de 200 Réis, 500 Réis, 1.000 Réis e 2.000 Réis. São quatro valores, sendo que algumas com o Brasão do Império e outras com o busto de D. Pedro II.

Sobre as Patacas
Segundo Felipe Rocha, Patacão são as moedas de 960 Réis que o Brasil comprou com a vinda da Família Imperial para o país, de última hora. Com o aumento do número de pessoas no Rio de Janeiro, precisava-se de moeda para circular, e como não dava tempo de mandar cunhar, comprou-se moedas de vários países, e as recunhavam. “Então, um patacão é igual a 960 Réis. Essas moedas ainda existem, e são maravilhosas, uma pataca é igual a 320 Réis, m vintém equivale a 20 Réis, 1 tostão equivale a 100 Réis, meia pataca 160 Réis, são os apelidos do dinheiro. Quem nunca ouviu a expressão ‘fulano não vale um tostão furado’? As moedas de cem réis eram menores, de prata e furadas porque era crendice na época, que a prata purificava o corpo das pessoas, e eram utilizadas em cordões ou pulseiras”

Moeda comemorativa do 4o centenário da publicação de O Lusíadas – Felipe Rocha

Moedas pelo mundo
“A primeira moeda como a gente conhece, no formato metálico, chama-se Electron, foi cunhada na Lídia, que atualmente é a Turquia. As moedas necessariamente não têm o formato redondo e metálico. Na China uma ocasião em que estava em guerra com outro país, mandou recolher porque era muito comum fichas de madrepérola de tamanhos diferentes, e o governo chinês estipulou os valores e colocou para circular como dinheiro. Na Alemanha, na época da Segunda Guerra Mundial, produziu moedas de cerâmica, porque o metal era destinado a indústria bélica por conta da guerra. A China tem moeda em formato de bote, então os formatos da moeda quem dita é a Casa da Moeda, é o Governo Federal do país, da nação”, conta.

Diferença de moeda e medalha
“A grande diferença é que a medalha não tem valor facial e a moeda tem. Então, um Euro, dois Dólares, 5 Reais, trata-se de uma moeda, só que ela custa muito mais do que um dólar para você adquirir, assim como as moedas comemorativas do Brasil, como por exemplo a da Olimpíada, a moeda custa R$ 400, R$ 500, só que no valor facial da moeda está R$ 5,00. Você não pagou cinco, você não vai usá-la nunca, por isso as pessoas não veem essas moedas circulando na rua”.

Valores de moedas e itens colecionáveis
Segundo Felipe, as moedas não valem pela antiguidade delas. O que precifica uma peça, uma moeda ou uma medalha, além de todos os itens colecionáveis, é o estado de conservação, assim, quanto mais nova a peça, mais rara, melhor, e a quantidade que foi produzida. Ele explica que atualmente existem moedas de R$ 1 que valem R$ 100 e tem moeda de um Real que vale realmente R$ 1 porque ela foi produzida em quantidade muito grande, são variantes, além do mercado, a procura e a demanda.

Clube em Teresópolis
O Clube Numismática de Teresópolis foi fundado em julho de 2022, na ocasião do 1º Encontro de Numismática e Multicolecionismo em Teresópolis. Já são mais de 80 associados do Brasil inteiro, e uma diretoria que é composta por moradores da cidade. As programações são as mais diversas, desde as reuniões mensais que acontecem na Casa de Portugal, além das “lives” com temas escolhidos, outros encontros e palestras em escolas e faculdades.

Medalha em ouro do Banco do Brasil – Felipe Rocha

O evento
O encontro será realizado nos dias 28 e 29 de abril, das 09h às 18h no Hotel Intercity, localizado na Rua Rui Barbosa, 611, em Agriões. Com entrada gratuita, o evento contará com exposições de itens colecionáveis, além das moedas, cédulas, medalhas e documentos antigos, palestras sobre conceitos básicos da numismática, iconografia de Dona Teresa Cristina, as moedas imperiais do 2º Reinado e a numismática e a história de Teresópolis. Haverá a compra, troca, venda e avaliação de moedas, cédulas e medalhas. A entrevista completa você acompanha na programação da Diário TV ou no canal do YouTube Diário TV Teresópolis.

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Edição 17/10/2024
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