A chegada de um novo governo, a queda da taxa de juros (Selic) e a retomada do Minha Casa, Minha Vida provocaram transformações no mercado imobiliário em 2023. De acordo com o indicador ABRAINC-FIPE, realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), o número de novos imóveis comercializados no Brasil aumentou 22,2% no acumulado de janeiro a setembro de 2023, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Com a tendência de redução da taxa de juros e uma economia favorável, a expectativa é que esse índice de crescimento se mantenha em 2024.
Na prática, uma taxa de juros mais baixa significa mais facilidade para financiar um imóvel. As parcelas ficam menores e o sonho da casa própria mais viável. Segundo a ABRAINC, para cada redução de um ponto percentual na taxa de juros, 800 mil novas famílias conseguem viabilizar a compra do imóvel por meio do financiamento imobiliário no país, apenas no segmento econômico.
Novo Minha Casa, Minha Vida
De todos os indicativos apontados de que 2024 será um ano positivo para o mercado imobiliário, nenhum é tão significativo quanto o Minha Casa, Minha Vida. Desde que as novas regras do projeto de habitação popular entraram em vigor, no dia 7 de julho de 2023, incorporadoras e construtoras voltadas para o segmento econômico direcionaram lançamentos e modificaram projetos para se adequar ao programa.
Entre as principais novidades do programa estão a expansão do limite do valor do imóvel de R$ 264 mil para até R$ 350 mil. O limite da renda bruta mensal também subiu para R$ 8 mil e pode chegar até R$ 12 mil em breve, conforme anunciou recentemente o Governo Federal. Isso significa que mais pessoas poderão ter acesso aos benefícios do programa para conquistar a casa própria com mais facilidade.
“Para 2024, as perspectivas do setor imobiliário indicam um cenário promissor. Essas medidas anunciadas devem democratizar mais o acesso aos imóveis, especialmente do segmento econômico. Essa movimentação econômica esperada pela demanda por imóveis populares também deve ter um efeito catalisador sobre o mercado imobiliário como um todo, influenciando positivamente nos demais segmentos de médio e alto padrão”, comenta Rogério Branco, CEO da Gênesis Empreendimentos, com forte atuação no mercado de habitação de interesse popular.
Mercado de Teresópolis em expansão
Faz tempo que Teresópolis deixou de ser cidade de veraneio. O município começou a receber grandes empreendimentos imobiliários por volta do início da década passada, época em que o Rio de Janeiro começava a mostrar sinais de saturação, mas foi mesmo a partir de 2020, com a pandemia da Covid-19, que Teresópolis renasceu para o mercado imobiliário.
O “boom” populacional registrado teve impacto direto na procura por imóveis no município, que foi sentido na economia: a arrecadação do ITBI, o imposto que se paga para transferir imóveis que mostra efetivamente o movimento de compra e venda na cidade, chegou a bater 33% de aumento no período. O crescimento da violência nas grandes cidades, a digitalização dos negócios que permitem home office e a expectativa de melhora na infraestrutura urbana são alguns dos fatores que continuam motivando a migração para Teresópolis.
“Estamos bastante otimistas para este ano. Além da demanda de quem vem de fora, a cidade ainda tem um déficit habitacional grande. A Gênesis, por exemplo, já tem planejado dois novos empreendimentos em Teresópolis, um no segmento econômico e o outro, no bairro do Alto, para o público de alto padrão. Muitas famílias sonham com a oportunidade de adquirir a casa própria e seguiremos trabalhando para que mais pessoas tenham acesso a imóvel de qualidade a preço justo. Também estão programados novos empreendimentos em outros municípios das regiões serrana e metropolitana”, acrescenta o CEO da Gênesis, destacando que, ainda em 2024, a empresa avança em sua atuação para o mercado corporativo, com o recém anunciado Hotel Ibis Styles Teresópolis.