Marcello Medeiros
Um terminal rodoviário é um lugar de muitas histórias. É onde acontecem despedidas e reencontros, onde novos sonhos são iniciados e o que tiver sido vivido de ruim pode simplesmente ficar para trás quando se embarca em um ônibus. Mas, no Terminal Rodoviário José de Carvalho Janotti, há muito mais para se contar, coisas que vão além das experiências dos usuários desse importante espaço público. A tão sonhada reforma se arrasta há 20 meses e, antes mesmo de ser oficialmente concluída, já apresenta diversos problemas. Olhando para o novo estilo desse espaço, em uma arquitetura com técnica enxaimel, se percebe que o desejo de deixar esse prédio com um jeitinho europeu passa cada vez mais distante. Em vários pontos do telhado já foram feitas gambiarras ao melhor modelo brasileiro, com pedaços de plástico improvisados para evitar que danos nas “telhas inglesas” causassem prejuízos com vazamentos que provavelmente estavam levando grande volume d´água para o interior de salas e depósitos no segundo andar do prédio público.
Além disso, a tal segunda etapa da obra de reforma, com a recuperação da calçada no entorno da rodoviária, aparenta ainda não ter sido concluída pela falta de preocupação com o acabamento. Ou seja, se realmente foi finalizada a passagem de pedestres, é mais um exemplo da falta de carinho e cuidado com um ambiente que pode ser tão importante para a vida de uma pessoa. E, não bastasse a falta de tato dos gestores públicos, uma pequena parcela da população também tem contribuído para que a rodoviária local continue sendo um local de aspecto duvidoso: já existem pichações em algumas paredes do prédio.
Falta de respeito
Mais uma vez em total desrespeito ao contribuinte teresopolitano, aquele que paga o salário de prefeito, secretários, subsecretários e outros tantos comissionados pendurados no atual governo municipal, a assessoria de comunicação não respondeu ao pedido de informações sobre os reparos no telhado do terminal e se há previsão para uma inauguração oficial do espaço. Talvez por ego elevado ou simplesmente falta de competência para compreender a importância de um setor como a comunicação, nas últimas semanas a “gestão” tem ignorado as demandas feitas pela população através do Diário, deixando de esclarecer como tem empregado o dinheiro público e cuidado daqueles que, nos próximos meses, irão escolher um novo prefeito e vereadores. Apesar da grande reforma ter ocorrido graças à aplicação de recurso do governo estadual, a fiscalização e cobrança para que o trabalho seja realizado de maneira que atenda melhor o contribuinte deve ser de quem vive a realidade local, no caso a prefeitura. Além disso, vale destacar que, quando é para enaltecer, as redes sociais da prefeitura têm utilizadas como palco independente de quem tiver realmente pago pelo serviço.
Mais sobre a obra
Foi feito um investimento de cerca de R$ 5,9 milhões em uma obra que teve como objetivo integrar a proposta da cidade de resgatar a memórias da colonização inglesa e foi apontada pelos comerciantes do terminal rodoviário como de grande importância para a população que circula pelo local. Além da reforma dos telhados, para corrigir os problemas de inundação nos períodos de chuva, foram instalados bancos de madeira. Além disso, foi trocada toda a fiação elétrica e padronizados os letreiros das lojas. A reforma também contempla uma nova iluminação, assim como a recuperação dos banheiros do terminal. A estrutura do terminal tem aproximadamente 3.480 metros quadrados e conta com guichês de empresas de ônibus, balcão de informações, lanchonete, banca de jornais e estandes onde podem ser encontrados desde biscoitos a relógios e armação de óculos, passando por equipamentos eletrônicos e antiguidades.