Segundo depoimento de uma juíza publicado em matéria neste domingo no GLOBO, um candidato a deputado associado ao crime organizado em Teresópolis estaria ameaçando os eleitores, garantindo que “há meios de controlar a votação”, mesmo com a urna eletrônica.
– E o povo acredita nisso. Acredita que o voto não é secreto, que a urna eletrônica pode ser fraudada, que hackers vão entrar…
O candidato que estaria ameaçando eleitores em Teresópolis não é identificado claramente na matéria, que também não diz o nome da juíza preocupada com a estratégia de terror e a infiltração de representantes do crime nas instituições de representação, como a Assembleia Legislativa.
Como informa o GLOBO, às vésperas das eleições, 1,7 milhão de eleitores estão cadastrados em 637 locais de votação que ficam em áreas dominadas pelo crime, conforme levantamento da Coalizão Eleitoral — grupo de autoridades do TRE, de órgãos de segurança e do Ministério Público Eleitoral que atuará na campanha —, os pontos de votação sob influência de facções representam 12,76% do total de 4.993 em todo o estado.
“A maioria desses lugares (338) é controlada pelo Comando Vermelho; 171 por milicianos; 86 pelo Terceiro Comando Puro; 24 pelos Amigos dos Amigos, e 18 sem facção definida. O mapa feito pela Coalizão mostra que, na Zona Oeste, maior colégio eleitoral do Rio, a milícia é a principal ameaça. Já as áreas sob domínio do tráfico de drogas são mais espalhadas e se estendem por toda a Região Metropolitana.
É óbvio que o voto é secreto, e as urnas eletrônicas são seguras. A questão é mais complexa. No que diz respeito à campanha eleitoral, sabe-se que não há estado de direito nas regiões controladas pelo tráfico e pela milícia, onde vigoram poderes paralelos que impõem aos moradores suas leis nefastas. Em geral, nesses lugares só podem pedir votos candidatos que têm apoio das facções criminosas. Sabe-se lá a que preço. Enquanto outros são impedidos até de entrar”, diz o jornal.