Marcello Medeiros
Nesta quarta-feira (21), representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Cargas e Passageiros de Teresópolis e Guapimirim estiveram na redação do Diário para alertar sobre a possibilidade dos profissionais responsáveis pelo transporte coletivo no município cruzarem os braços a partir do próximo fim de semana. Segundo eles, não foram pagos os reajustes salariais previstos para os dois últimos meses e ao valor da cesta básica da categoria também é considerado defasado. Diante dessa situação, foi realizada uma assembleia no dia anterior e definido pelo “estado de greve” até às 23h59 da próxima sexta-feira. Se nada for resolvido com as empresas Dedo de Deus, 1º de Março e Teresópolis, no fim de semana pode ocorrer a paralisação dos serviços.
“Não é uma decisão minha, mas de toda a categoria. As empresas dizem que não têm condições de pagar o motorista e como a data base é em janeiro, até agora não houve nenhuma perspectiva de sair o aumento. E precisa ter aumento, está super defasado. Essa é uma categoria que tinha piso salário de cinco salários mínimos, hoje é dois ou menos. Assim fica difícil resolver a situação só na negociação, assim tivemos que colocar em estado de greve. Vamos dar 72 horas para que as empresas nos passem alguma posição, se não tiver iremos paralisar o transporte em Teresópolis. Pedimos desculpas a população, não queríamos essa situação, mas estamos negociando há dois meses e sem solução. Pedimos a população que compreenda”, pontua o Presidente do Sindicato dos Rodoviários, José Maria Vieira da Motta.
Também segundo Motta, a preocupação maior é com as empresas que atuam na zona urbana e rural do município, mas também estão sendo cobradas melhorias na responsável pelas linhas intermunicipais. “São as empresas Viação Dedo de Deus, Primeiro de Março e Viação Teresópolis, essa um pouquinho melhor, mas também tem problemas para resolve, aí não sei se vai ter que paralisar também”, disse.
O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Cargas e Passageiros representa, somente em Teresópolis, aproximadamente 800 pessoas, sendo 600 motoristas. Motta falou ao Diário também que o valor da cesta básica vem sendo questionado pelos rodoviários. “Veja bem, Teresópolis antigamente tinha melhor cesta que era a os rodoviários. Hoje podemos contar que é uma das piores. No Rio de Janeiro se paga R$ 550, em Niterói é R$ 500 e aqui ainda em R$ 350, o que é absurdo para gente.
O que dizem as empresas
Em nota encaminhada ao Diário, as viações Dedo de Deus e 1º de Março informaram que “lamentam e recebem com surpresa o estado de greve determinado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Cargas e Passageiros de Teresópolis e Guapimirim” e que “as empresas respeitam e reconhecem o valor do rodoviário e, por isso, seguem negociando com a categoria uma solução a respeito do dissídio, mesmo diante da crise enfrentada pelo sistema de transporte
coletivo de Teresópolis”. Já a Viação Teresópolis disse desconhecer tais demandas e ter ficado sabendo do assunto após contato feito pelo Diário nesta quarta-feira, se comprometendo a procurar os representantes da categoria para negociar o que está sendo pedido.