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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Peça infantil destaca a Língua Brasileira de Sinais

“O Silêncio das Margaridas” saiu das páginas de livro para o palco do teatro municipal

Luiz Bandeira

O 24 de abril é dia de celebrar a Língua Brasileira de Sinais, a LIBRAS, uma forma de comunicação e expressão da comunidade muda no Brasil e também uma forma de incluir essa importante parcela da população brasileira. A linguagem de LIBRAS foi reconhecida em 2002, após lei 10.436, por tanto completa em 2023 20 anos, como meio legal de comunicação e expressão de surdos. As LIBRAS são sinais utilizados que substituem as palavras de uma língua de modalidade oral-auditiva. O dia nacional é comemorado nessa data porque foi quando em 2002, a lei reconheceu a língua brasileira de sinais, porém, só em 22 de dezembro de 2005, que um decreto regulamentou essa lei, incluindo Libras como disciplina curricular obrigatória na formação de professores surdos, professores bilíngues, pedagogos e fonoaudiólogos. E para celebrar esta importante data, o Projeto Cultural Atitude encenou no Teatro Municipal, no segundo andar do Palacete Tereza Cristina, sede do governo municipal, a peça “O Silêncio das Margaridas”, com a temática que fala da descoberta da comunicação através dos sinais e leitura das emoções.

Teatro municipal apresentou a peça o Silêncio das Margaridas, de Tiago Dumard. Alunos da Escola Jacobina aprenderam como é importante entender LIBRAS

O ator e autor da peça, Tiago Dumard, conversou com O Diário sobre a inspiração que levou ao livro e a peça de teatro infantil. “No começo o desafio foi escrever um conto para um concurso e nós ganhamos o concurso ‘Cataratas do Iguaçu’, a história se destacou dentre 1500 obras e aquilo me fez pensar que a história chama a atenção e dava um livro infantil incrível, foi quando eu falei com minha filha Ana Clara durante o período da pandemia de Covid19, – Aninha, o que você acha de a gente ilustrar um livro? Você aceita o desafio de ilustrar a história do papai? E ela aceitou e ficou lindo”.
Com muita doçura, a história retrata a amizade de duas Margaridas: uma é muda de flor, que num passe de mágica começou a tagarelar feito gente; A outra é menina com coração de flor que se comunica em LIBRAS. Juntas aprendem que ninguém é muda e que as verdades mais bonitas são ditas no Silêncio das Margaridas! A filha de Tiago, Ana Clara Dumard, é quem ilustra as páginas do livro infantil, desafio que encarou no período de isolamento social por conta da Covid19. “Eu acho que quero continuar ilustrando, mas eu ainda não sou profissional. Nesse livro eu gosto muito da ilustração que mostra a importância e como o abraço pode ajudar. Foi muito legal, porque na época a gente estava na pandemia, então a gente não tinha muito que fazer e eu lembro que foi muito maneiro, principalmente por estar com o meu pai, foi uma experiência muito legal”.

Ações inclusivas
No Senado Federal várias iniciativas tentam popularizar a linguagem. Um dos projetos de lei é o do senador pelo Rio de Janeiro, Romário, que propõe a inclusão da LIBRAS na grade curricular da educação básica. O senador Paulo Paim, do Rio Grande do Sul, relator do projeto, apoia a iniciativa. “As pessoas surdas ou com deficiências auditiva significativa e também as pessoas com deficiência de comunicação, como mutismo e mudez, têm na LIBRAS uma ferramenta importantíssima para participar da sociedade, mas dependem da difusão desse conhecimento para que a sua comunicação seja eficaz”, disse Paim ao recomendar a aprovação da matéria.

Crianças do primeiro segmento da educação infantil estiveram nesta segunda-feira em uma tarde de teatro onde ainda aprendem a inclusão de quem tem limitações de comunicação

A professora Isabele Lima, da Escola Jacobina, do primeiro segmento da educação infantil, acredita que incluir Libras no currículo do ensino fundamental será uma boa medida. “Eu acredito que seja de suma importância as crianças terem esse contato, porque é tudo mais fácil para as crianças, a gente é que complica muito, elas tendo o acesso, tendo o devido encaminhamento para esse tipo de conteúdo, com certeza vai ser muito benéfico”, acredita a professora.
“Às vezes erroneamente a gente tende a dizer que uma pessoa surda é muda, quando na verdade ela tem muito a dizer, basta a gente olhar, por mais que a gente não saiba libras, se a gente olhar a gente consegue entender muito daquela pessoa, basta se importar e também aprender, eu acredito que aprender libras para quem conhece zero, é encantador. Esse projeto vem nesse sentido de despertar na criança essa curiosidade, esse desejo e quem sabe a gente poder, de certa forma, contribuir para uma sociedade mais inclusiva”, pontuou Tiago Dumard.
O Silêncio das Margaridas pode ser acessado pelo site: www.projetoculturalatitude.com onde é possível acessar o link. O livro impresso também pode ser adquirido no site, nele, em todas as páginas há um QR code onde é possível acessar o texto e as ilustrações com acessibilidade em LIBRAS.

Edição 17/05/2024
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