A trilha mais antiga e procurada do Parque Nacional da Serra dos Órgãos é da Pedra do Sino, mas é de uma montanha ‘vizinha’ que se tem uma das vistas mais impactantes dessa cadeia de montanhas e da nossa bela Teresópolis, a Pedra São Pedro. Do seu cume, a 2.176 metros de altitude, se olha de cima, e pouco mais de 100 metros abaixo, a imponente Agulha do Diabo. E, se você der ‘sorte’, poderá avistar de um ângulo privilegiado escaladores nos últimos lances da formação rochosa que levou mais tempo para ser conquistada na Serra dos Órgãos.

Logicamente, a vista para o antigo ‘Penhasco Fantasma’, como era conhecida a Agulha do Diabo anteriormente, é que mais se destaca a partir desse cume. Mas não é só isso que ‘tem para ver’, muito pelo contrário. Pedra da Cruz, Queixo, Nariz e Verruga do Frade se destacam de maneira bem diferente, ficando na mesma direção a área urbana de Teresópolis. Outros cumes também são vistos de maneira única, como Garrafão, o São João e a própria Pedra do Sino.
Alias, a trilha, em quase sua totalidade, é praticamente a mesma da montanha mais visitada da Serra dos Órgãos. O caminhante deve seguir até o Abrigo 4, passando por trás dele até a ‘Baleia’, onde já se avista a trilha que leva até a São Pedro, logo em frente. Mas tanta beleza tem seu preço. São 22 quilômetros e mais de mil metros de altimetria acumulada, ida e volta, portando uma trilha que não é recomendada para iniciantes.
Estive recentemente mais uma vez na São Pedro, dessa vez guiando amigos do Centro Excursionista Teresopolitano (CET), pegando um lindo dia azul e uma vista à longa distância, até a Baía da Guanabara e o Parque Estadual dos Três Picos e suas dezenas de formações rochosas. Só não curtimos mais o cume porque nesse dia estava uma ventania tão absurda que parecia querer nos expulsar. Afinal, se a Pedra é ‘de São Pedro’, ele é quem decide como ficará o clima…

Em um dia típico de inverno, a vista em direção ao Rio de Janeiro fica ainda mais bonita. Foto: Acervo Mochileiro