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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Teresópolis: Prejuízo ambiental incalculável com grande queimada na região da Tartaruga

Incêndio causou destruição de fauna, flora e acessos de atrativos turísticos no Parque Montanhas

Marcello Medeiros

“Respeitar a natureza é respeitar as futuras gerações”. A frase que vai muito além da sonoridade poética por muitos anos esteve em uma placa onde hoje fica a guarita de entrada da sede Tartaruga do Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis. Muita coisa mudou desde que ela foi retirada para dar lugar ao local de atendimento e controle da unidade de conservação. Mas, infelizmente, mesmo após 15 anos de conquistas com a criação do PNMMT, ainda há quem insiste em desrespeitá-lo e consequentemente contribuir para um futuro de incertezas. No início da noite da última quinta-feira (12), um incêndio passou a consumir as encostas e fragmentos florestais no entorno da montanha símbolo do parque, avançando em direção a outros cumes e vales no decorrer da madrugada e durante toda a sexta-feira (13).
Até o fechamento desta edição, não havia sido feito um levantamento da área destruída. Mas, mesmo empiricamente, é fácil perceber que é incalculável o prejuízo causado pelo incêndio – que tudo indica ter sido criminoso, devido ao local e horário que ocorreu. Um grande volume de floresta foi destruído pelas chamas, que levaram com elas animais e plantas recém-descobertos ou que faziam parte de estudos científicos realizados pelos pesquisadores do PNMMT.
O fogo teve início nas proximidades do mirante da Pedra da Tartaruga. Com as condições causadas pela forte estiagem, rapidamente as chamas tomaram a encosta onde fica a trilha Vidocq Casas, destruindo inclusive pontes e passarelas construídas para facilitar o acesso de visitantes. Na parte da manhã, o fogo já havia devastado o nosso “quelônio de pedra” e seguido seu rastro de destruição em direção à Pedra do Camelo e Córrego dos Príncipes. Além da vegetação e animais de espécies diversas que nela viviam, foram danificadas estruturas de apoio ao visitante, como bancos, sinalização e mangueiras de captação de água na nascente do Camelo.

União em prol do PNMMT
Além dos brigadistas do Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis, atuaram no difícil combate ao fogo equipes do INEA, PrevFogo (ICMBio), APA Vale dos Frades e Corpo de Bombeiros. O CBMERJ disponibilizou inclusive uma aeronave, que fez dezenas de sobrevoos pegando água no Clube do Lago, na Posse, e despejando nas áreas em chamas.

Parque fechado
Ainda não há informação de quando a sede Tartaruga do Parque Montanhas de Teresópolis será reaberta ao público. Mesmo após o controle total do incêndio, é preciso registrar o tamanho da destruição e analisar possíveis danos em equipamentos necessários à visitação. Neste fim de semana, também não irá funcionar a sede de Santa Rita.

É para chorar
Qualquer incêndio florestal deve ser lamentado e os responsáveis, se possível, identificados e responsabilizados criminalmente. No caso do PNMMT, o motivo para ficar triste é ainda maior. A região hoje protegida por um parque de âmbito municipal por muitos anos sofreu com a mão pesada do homem e, se não fosse a assinatura do Decreto 3.693/2009, de 6 de julho daquele ano, talvez a Pedra da Tartaruga nem existisse mais. A extração de granito era pesada, causava inclusive mortes em disputa pelo terreno, e ainda hoje as marcas desse tempo triste ainda podem ser vistas. Com a criação do parque, as gananciosas atividades deram lugar à conservação ambiental e visitação turística ordenada, permitindo aos teresopolitanos, visitantes e turistas conhecerem uma região fadada ao abandono e destruição – apesar de uma rica biodiversidade e beleza cênica incomparável.

Edição 20/09/2024
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