Marcus Wagner
Uma nova confusão envolvendo o problemático lixão do Fischer foi causada após vários caminhões serem impedidos de entrar no local para fazer o despejo de entulhos e detritos pelo segundo dia consecutivo. Na terça-feira uma grande fila de veículos se formou aguardando autorização para conseguir descarregar e acabaram passando a manhã e a tarde na espera. Já nesta quarta-feira, o problema continuou e poucos caminhões puderam entrar. Alvo de interdição por falta de condições de funcionamento, o aterro virou lixão e segue em operação apenas por conta de um acordo judicial obtido pela prefeitura.
Nos últimos dias, apenas veículos a serviço da prefeitura estavam recebendo livre acesso, enquanto os particulares foram limitados a poucas liberações, após uma longa espera. Para os motoristas, autônomos ou a serviço de empresas, a situação é extremamente prejudicial porque eles estão perdendo serviços e clientes porque não conseguem descarregar.
“Eu vim na semana passada e falaram que não podia entrar, aí voltei para casa. Fiquei oito dias com o caminhão carregado, perdi cinco fretes, perdi dinheiro porque o freguês liga para mim e não posso trabalhar”, contou Sebastião Maia.
De acordo com os motoristas que estavam na fila, a alegação da administração do lixão é que as chuvas dos últimos dias estava impedido o trafego no local e que também falta pessoal para operar os tratores que poderiam trabalhar para consertar o acesso.
Nossa reportagem conversou também com responsáveis por empresas que alugam caçambas e a reclamação é que já existe uma grande quantidade de material acumulado até em depósitos próprios enquanto os caminhões não podem fazer a quantidade de viagens necessária para o descarte. Quando algum caminhão consegue entrar, dificilmente tem liberação para fazer outra viagem com mais material no mesmo dia. Dessa forma, eles não estão podendo atender os clientes que os procuram e o prejuízo só aumenta.
Nota da prefeitura
A Secretaria de Serviços Públicos informou através de nota da assessoria de comunicação da prefeitura que “o acesso das vias internas do aterro sanitário foi dificultado nesta quarta-feira, 8, devido a um trator que atolou, impedindo a passagem dos caminhões. A liberação do acesso ocorrerá assim que a chuva permitir a realização do trabalho. Já o descarte de entulhos de obras e de outros materiais é feito pelos caminhoneiros em terreno particular na Estrada do Comandante, na Prata”.
Problema longe de solução
Também questionamos sobre a definição de um novo local para o despejo do lixo em substituição ao local atual, porém a assessoria não respondeu. A promessa de uma escolha se arrasta e anda quase esquecida, mas volta a tona em casos como este que escancaram a urgência de uma solução.
Interdição
No dia 6 de março de 2018, fiscais do Instituto Estadual do Ambiente, acompanhados de representantes do Ministério Público, passaram a manhã no quilômetro 75 da Estrada Rio-Bahia, no bairro do Fischer. O motivo da fiscalização foi analisar a situação do outrora aterro sanitário do município, inaugurado dez anos atrás e um depósito de lixo a céu aberto há pelo menos quatro anos. Após várias horas de trabalho de campo, e constatação que o local não poderia estar sendo mais utilizado, pois além da sobrecarga faltam todos os requisitos exigidos para o funcionamento de empreendimento do tipo, o local foi interditado. Uma semana depois, a prefeitura conseguiu uma liminar para liberar o funcionamento do local até conseguir viabilizar uma solução alternativa.
Protesto dos caminhoneiros
O volume de descarte diário de resíduos continua sendo grande e consequentemente não há mais espaço físico para tal função, gerando interdições momentâneas do acesso de veículos de carga e protestos envolvendo a categoria que precisa de um local para depositar lixo de todo o tipo. Em junho do ano passado, um grande grupo de profissionais que trabalha com o serviço de caçambas em Teresópolis realizou buzinaço e fechou a Avenida Feliciano Sodré até ser recebido por representantes do governo Vinicius Claussen. Naquela ocasião, a prefeitura informou também através de nota que iria “avaliar o caso para diagnosticar a melhor forma de descarte”.