A vacinação contra a Covid-19 segue em ritmo lento por conta da baixa quantidade de doses que estão disponíveis no país diante do tamanho da população e a ansiedade está fazendo muita gente ir atrás das clínicas particulares de vacinação para saber se já é possível pagar para ser imunizado. Nossa reportagem entrou em contato com clínicas de Teresópolis que confirmaram a alta procura de pessoas que até mesmo querem deixar os nomes em fila de espera para quando as doses estiverem disponíveis. Por enquanto, a rede privada ainda não possui doses e nem está autorizada a aplicar a vacina contra a Covid-19, pois a prioridade é cumprir a campanha da rede pública para atender os grupos de risco.
De acordo com a Dra. Rosana não é possível nem mesmo fazer uma lista de espera justamente por não se ter ideia de quando haverá doses na clínica.
A Dra. Rosanna Vilardo Mannarino, responsável pela clínica Prophylaxis em Teresópolis, explicou que a clínica atende diariamente várias pessoas com a mesma dúvida: “Está tendo muita ligação procurando, perguntando quando vai ter a vacina e respondemos que não há previsão de quando vai estar disponível na rede privada. Não posso dizer que pode ser em abril ou maio porque a rede privada não vai poder comercializar vacinas enquanto o governo não tiver imunizado todas as pessoas do grupo de risco. Por enquanto, está acontecendo a campanha pelo SUS para atender os idosos, as pessoas com comorbidades e todo o público alvo desse momento, por isso não tem como garantir uma data ou sequer fazer uma previsão”.
A Associação Brasileira de Clínicas está tentando fechar um acordo com a farmacêutica indiana que produz a Covaxin com o intuito de oferecer ao público que não é prioridade do Ministério da Saúde, mas ainda será necessário autorização da Anvisa e do governo federal para que esse acordo se concretize.
Outra pergunta comum é sobre a origem e eficácia das vacinas que serão oferecidas. Há quem afirme que quer apenas a dose de um determinado laboratório: “Tem pessoas que ligam perguntando qual vacina que a gente vai ter, se vai ser a Coronavac ou a de Oxford, dizendo que não quer uma ou a outra e a gente logo alerta que não é para fazer essa distinção, que a pessoas tem que se vacinar com aquela que estiver disponível para não perder a oportunidade”, contou Rosana.
A médica enfatizou que se vacinar não é garantia de que não irá pegar a Covid, porém é representa uma proteção muito importante: “A vacina previne casos graves, porém o vírus está circulante e não recomendo que haja o fim das medidas de prevenção só porque tomou a vacina. É uma doença muito perigosa e muitas vezes deixa sequelas. A pessoa que passa 15 dias intubada, mesmo depois de receber alta, vai precisar de acompanhamento médico para tratar as sequelas, como fisioterapeuta, cardiologista, pneumologistas. É necessário passar por uma avaliação das sequelas, principalmente do pulmão que é um órgão muito importante”.
Apesar de ainda não ter previsão de quando contará com os imunizantes contra a Covid-19, a dra. Rosana garante que toda a equipe e a estrutura já estão preparadas para atender a demanda: “Já estamos preparados aqui, temos um local grande para atender e para armazenar as vacinas, geladeiras para uma grande quantidade de doses da vacina assim que for autorizada. Nossa equipe está preparada para fazer o atendimento que poderá ser feito até na casa da pessoa, fazendo aferições e dando orientações”.
Por fim, a médica também lembrou que a população não pode esquecer da vacinação contra outras doenças que também são muito preocupantes: “As pessoas estão falando e se preocupando tanto com a Covid-19 que acabam se esquecendo de outras vacinas que precisam ser tomadas para doenças que como o sarampo, que fazem parte do calendário vacinal e acabam ficando de lado. É importante que os pais se atentem para isso para que outras doenças não retornem. Não só crianças como adultos e idosos precisam se vacinar. Está chegando a época de vacinação contra a gripe e é importante se prevenir porque sabemos que existe o problema da coinfecção, pessoas que pegam ao mesmo tempo a Covid-19 e uma gripe, por exemplo, fazendo com que o caso se agrave”.