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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Programa “Limpa Rio” não resolve situação do Paquequer

Situação do trecho na região central reforça a falta de manutenção do nosso principal curso d´água

Pouco mais de um ano atrás, o governo estadual anunciou uma nova fase do programa “Limpa Rio”, com investimento de R$ 250 milhões e ações nos 92 municípios fluminenses – entre eles Teresópolis. Por aqui, porém, as máquinas contratadas através da Secretaria de Estado de Ambiente atuaram somente em três pontos: as margens do Paquequer no bairro de Fátima, nas proximidades do Corte da Barra e no Lago Iacy, na Granja Guarani, inutilizado há anos e, portanto, local onde menos importaria um serviço tão essencial. Hoje, é perceptível que faltaram ações de limpeza em diversos trechos do Paquequer, como na Várzea.
Entre as ruas Duque de Caxias e Francisco Sá, atualmente Calçada da Fama nesse ponto, há dezenas de grandes bancos de areia e vegetação, diminuindo o espaço para livre fluxo da água. Quando se encontra esse tipo de obstáculo em uma área de grande movimentação, cercada de estabelecimentos comerciais e residências, vem o questionamento: “Se não limparam onde todo mundo vê, imagina como está onde ninguém repara?”. E, com o início do período chuvoso, aumenta o risco de transbordamento em vários pontos.

Em Bonsucesso limpeza do rio só foi feita após enchentes

Cadeado após a porta arrombada
Há cerca de duas semanas, uma forte chuva causou o transbordamento dos rios Formiga e Bengala, na região de Bonsucesso, no Terceiro Distrito. Residências e estabelecimentos comerciais foram invadidos pela água e, na tarde seguinte, com a repercussão negativa sobre a falta de manutenção nesses cursos d´água, o Inea enviou máquinas para fazer desobstrução dos rios.

Enquanto trechos do Paquequer continuam tomados pela sujeira, Inea limpou barragem do Jacarandá, de propriedade da Águas da Imperatriz. Foto: Marcello Medeiros / O Diário

Limpeza onde não precisa
Além do Lago Iacy, outro local que poderia ter sido deixado de lado para ser dada a preferência ao Paquequer foi a represa do Jacarandá, que desde janeiro passou a ser administrada pela empresa Águas da Imperatriz. Em setembro passado, O Diário mostrou que equipe do governo estadual fazia o serviço de desassoreamento na área cedida à iniciativa privada. “O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informa que os serviços de limpeza e desassoreamento realizados pelo Programa Limpa Rio na área citada, tem como foco a prevenção e mitigação dos impactos das cheias”, destacou Assessoria de Comunicação do órgão naquela ocasião, mesmo tendo sido alertada que além da represa todo o curso d´água a seguir estava dentro de uma área de proteção ambiental, portanto sem nenhuma moradia no seu entorno por muitos quilômetros de distância, até chegar à localidade de Prata dos Aredes.

Bancadas de areia e vegetação no trecho do Paquequer entre as pontes da Duque de Caxias e Calçada da Fama. Foto: Plantão O Diário

Muitos milhões investidos
“Para esta etapa, serão investidos cerca de R$250 milhões, recursos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam). A iniciativa vai mitigar as inundações decorrentes do transbordamento de corpos hídricos, o que acontece principalmente no periodo chuvoso, proporcionando melhoria da qualidade de vida para a população”, informou em outubro do ano passado o governo estadual. “O Limpa Rio é fundamental para levar segurança ambiental e qualidade de vida à população, identificando, planejando e executando a limpeza e desassoreamento dos rios com histórico de transbordamento. Assim, vamos atuar em todo o estado para minimizar o impacto das fortes chuvas”, comentou o secretário de Ambiente e Sustentabilidade e vice-governador, Thiago Pampolha.
Preocupação é constante
Com nascente no alto da Serra dos Órgãos e foz na região de Providência, no Segundo Distrito, o Paquequer atravessa dezenas de bairros e comunidades, regiões que todos os anos, no período chuvoso, registram problemas por conta do transbordamento do nosso principal curso d´água. Além da falta de manutenção adequada, é preciso levar em conta a ampliação do asfaltamento em diversos bairros, o que faz com que, no lugar de escoar através do solo, a água seja encaminhada de maneira mais rápida e direta para os rios. No final de março passado, foram registrados alagamentos em vários pontos. Em outubro de 2023, o Paquequer tomou praticamente todas as ruas e avenidas da região central do município, causando prejuízo financeiro para muita gente. Mas nem as imagens dos estragos causados pela enchente foram suficientes para incentivar aos governos municipal e estadual a promover mudanças reais na manutenção dos rios e sistemas de escoamento pluviométrico.


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Edição 21/11/2024
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