A 16ª edição do Parlamento Juvenil foi concluída nesta sexta-feira (27) com a sessão de encerramento no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Os estudantes elegeram três projetos de lei, todos de autoria de parlamentares meninas – a grande maioria entre os 97 alunos participantes -, que podem ser encapados pelos deputados estaduais da Casa e se tornarem leis do Estado do Rio. Entre os destaques, o PL apresentado pela estudante Geovanna de Abreu Luciano, aluna do Lions Clube, em Teresópolis, que teve como foco o combate ao assédio e a violência sexual.
O projeto vencedor foi o que cria o Programa Oficina de Meninas Empoderadas (OME) na rede pública de ensino, de autoria da parlamentar juvenil Maria Laura Soares, de Areal, que recebeu 80 votos favoráveis. A medida tem como objetivo promover o empoderamento de meninas adolescentes, com ênfase naquelas que se identificam como negras e de baixa renda, para evitar que elas se encontrem em situações de abuso e violência doméstica no futuro. “Esse projeto partiu de uma iniciativa minha e das meninas do meu colégio, e me sinto honrada por estar representando-as aqui. Eu sou uma menina negra de baixa renda e sei o que a gente passa na pele. Eu sei como é difícil estar em uma sociedade patriarcal, uma sociedade racista. E hoje estar aqui dando voz a esse projeto e a todas as meninas que sonham com uma sociedade mais igualitária”, disse Maria Laura.
Já o segundo projeto aprovado pelos estudantes cria o aplicativo Mundo TEA, que funciona como uma agenda virtual e espaço de comunicação para pais e responsáveis de pessoas com autismo, promovendo o fortalecimento da rede de apoio familiar. “Realmente é uma realização imensa para mim. Eu venho da menor cidade do Estado e chegar até aqui já foi uma grande conquista. Junto com as minhas colegas parlamentares, nós nos empenhamos no projeto para criar uma plataforma para os cuidadores e responsáveis por pessoas com TEA conseguirem se organizar melhor”, relatou Mariana Montechiari, da cidade de Macuco. A medida também é de autoria de Maria Isabel Machado (Bom Jardim), Virginia de Paula Rezende (São Sebastião do Alto) e Anna Luiza Perez (Sumidouro).
A terceira proposta mais votada pelos deputados juvenis garante a criação de uma campanha para combater e prevenir o assédio e a violência sexual masculina. De acordo com a autora da medida, Geovanna de Abreu, representante de Teresópolis, o mais importante foi iluminar uma causa pouco debatida. “Eu me sinto extremamente feliz não só por ele ser aprovado, mas também por dar voz a diversas pessoas, homens e meninos vitimados. Foi um momento muito épico da minha vida e eu vou lembrar disso para sempre”, disse.
Cerimônia de Graduação
Após a votação dos projetos de lei, os parlamentares juvenis foram graduados no programa e receberam diplomas de participação. A cerimônia ganhou um tom ainda mais solene com os estudantes trajando becas para a tradicional foto de formatura. O coordenador do projeto, deputado Danniel Librelon (REP), anunciou novidades para a próxima edição. “Sei que todos amam seus crachás do PJ, mas, a partir de hoje, vamos aderir a uma nova identificação. Vocês agora serão reconhecidos pelos seus pins de deputados estaduais juvenis, assim como os parlamentares da Alerj”, contou.
