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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Radioamador, uma prática ainda muito importante

Grupo de Teresópolis tem se destacado na prestação de serviço de apoio a autoridades

Paola Oliveira

O radioamadorismo é uma prática pioneira nas telecomunicações, com o propósito de aumentar o alcance da comunicação, principalmente em locais desertos ou de mata fechada, onde o sinal do celular não chega. Assim, mesmo com o avanço da tecnologia, o rádio não perdeu o seu valor. Nem sempre os lugares distantes contam com rede telefônica, e, às vezes, para se comunicar é preciso buscar outros meios. Em entrevista para o jornal O Diário e Diário TV, o amante do radioamadorismo Carlos Guinle, que desde 2015 atua como presidente do Grupo de Radioamadores de Teresópolis, com sede no terminal rodoviário José de Carvalho Janotti, na Várzea, explicou a importância da prática e os trabalhos realizados em parceria com forças de segurança do município nos últimos anos. Para o presidente do GRATE “a base do radioamadorismo é a experimentação técnico cientifica. É um hobby de cunho amador, sem caráter financeiro nenhum, mas tem como fundamento a experimentação científica na área da telecomunicação, a rádio frequência. Então tudo que envolve rádio transmissão, seja por dados, por voz ou por vídeo, interessa ao radioamadorismo”.  
De pequeno, Carlos se encantou pelas frequências do rádio. Quando andava pelo bairro da Gávea, no Rio de Janeiro, foi apresentado ao rádio e foi então que a paixão pelo hobby começou. Aos 12 anos, ganhou dos seus pais o seu primeiro equipamento, mas se desfez na adolescência. Somente em 2011, já na fase adulta e me meio ao desastre natural que atingiu a Região Serrana, resolveu buscar mais conhecimento na área e voltar. “Na época eu não era radioamador. Eu tinha acabado de me mudar para Teresópolis e eu não tinha mais rádio. Eu costumava a brincar com rádio com 10 anos de idade, mas em 2011 eu vi a necessidade de ter o rádio para poder me comunicar com familiares e amigos. Foi então que eu procurei fazer a prova para ANATEL, onde os radioamadores são prefixados, e voltei ao hobby por causa de uma necessidade”, conta.
“Desde que me entendo por gente ouço falar de radioamadores em naufrágios, resgates de aeronaves, tragédias e catástrofes em geral. Os radioamadores de toda a Região Serrana fizeram um trabalho incrível em 2011. Foram dias se dedicando a isso, fora de suas casas, em locais distantes. Uns passaram mais de três dias em locais de difícil acesso para montar uma base comunicação daquela região para o centro de comando. É um trabalho voluntário que não deve ser esquecido”, destaca Guinle. 

Apoio aos Bombeiros
Nos últimos dias do mês de agosto, o Vale dos Frades, no Terceiro Distrito, sofreu grande prejuízo graças um incêndio criminoso. Devido às condições climáticas e geológicas, o fogo se alastrou rapidamente e comprometeu mais de 600 hectares. Por terra não era possível controlar o fogo e o reforço aéreo teve que ser solicitado. Durante a ação, o Corpo de Bombeiros perdeu o contato direto com a equipe que trabalhava na área e foi então que os radioamadores foram solicitados para darem um auxilio na operação, restabelecendo o contato do comando com os brigadistas.
“Nós fomos solicitados a prestar apoio às comunicações. O centro de comando não conseguia contato com os brigadistas. Em 24 horas colocamos no ar uma repetidora nossa em caráter emergencial, buscamos alguns equipamentos particulares e levamos ao centro de comando e montamos uma base. Os radioamadores fizeram essa operação conjunta com o Corpo de Bombeiros passando as informações do centro de comando para os brigadistas e vice-versa. Houve uma primeira visita técnica para levantar a demanda. Diante dessa reunião nós entendemos o que era necessário. No dia seguinte estávamos com o material preparado e a primeira etapa foi a instalação da repetidora em uma região onde o proprietário cedeu o espaço. Depois nós nos dirigimos ao centro de comando com tudo alinhado e a operação se iniciou”, destaca Carlos. “Ficamos muito contentes em ter atendido a solicitação do Corpo de Bombeiros. Agora, a partir desse episódio, nós nos sentimentos mais preparados para agir nessas ocasiões”. 
Além de auxiliar as autoridades da Defesa Civil nas situações de risco e calamidades públicas, os radioamadores também utilizam essa forma de comunicação nos momentos de descontração, como conta Guinle. “O radioamador pratica esse hobby dentro da sua casa conversando com os seus amigos, participando de campeonatos, expedições onde não existem rádios e levam para o alto da montanha e lugares distantes os equipamentos. A comunidade radioamadorista fica muito empolgada com isso”.
Hoje o grupo trabalha com associados não só de Teresópolis, mas envolve pessoas de vários lugares com o mesmo objetivo. “O GRATE tem atualmente 64 associados de vários municípios e estados. Nós abrimos a associação para quem tiver interesse. É um hobby cativante e muito bom para quem gosta de tecnologia, de informática, eletrônica, robótica, radiocomunicação, é interessante”, atenta. Quem quiser saber mais sobre o trabalho realizado pelo Grupo de Radioamadores de Teresópolis, o site da instituição é o grate.com.br.

 

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Edição 23/04/2024
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