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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Área mais valorizada da cidade pode virar um novo bairro

Espaço da antiga Sudamtex pode ter o maior shopping center da região com processo de reformulação e novos empreendimentos

Anderson Duarte

Foram mais de vinte anos de intensa produção, geração de empregos, capacitação de mão de obra, e uma relação de proximidade com a sociedade teresopolitana, mas depois de amargar o encerramento das suas atividades no município, a tradicional Sudamtex acabou se transformando em um grande problema para a cidade. Um esforço concentrado dos proprietários do espaço, talvez o mais valorizado de todo o município, do Ministério Público e de empresários e investidores, pode fazer da antiga fábrica um novo e potencial bairro. São novas avenidas que prometem desafogar o trânsito no Centro, um parque para atividades ao ar livre, um condomínio empresarial, prédios públicos e administrativos e aquela que promete ser sua maior e mais impactante novidade: o maior shopping center de toda a região serrana do Rio de Janeiro. A mudança foi possível depois da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta, TAC, que passa ao município parte significativa da área em forma de benfeitorias e doações territoriais. Já se falava em quase tudo na antiga Sudamtex, de uma cópia do Central Park de Nova York, até um mega condomínio de casas, mas tudo na casa das especulações e achismos.
Desde que alguns impactos ambientais foram diagnosticados no local, o Ministério Público atuou na fiscalização e acompanhamento das ações do empreendimento e depois de muitas negociações, conseguiu instituir um TAC, que é o documento utilizado pelos órgãos públicos, em especial pelo MP, para o ajuste de conduta, ou seja, o signatário do TAC se compromete a ajustar alguma conduta considerada ilegal e passar a cumprir a lei. No caso da antiga Sudamtex, basicamente trata do cumprimento de normas ambientais, que exigem a reserva da propriedade como área de preservação permanente, e recuperação de áreas de mata ciliar e despejo de materiais poluentes, assim como a ocupação do solo. Como a pivô de todo o processo que culminou na assinatura do TAC foi a promotora Anaiza Malhardes, uma das novas ruas a serem criadas com a reurbanização do espaço vai ganhar o nome de Rua Roger Malhardes.
Esse documento prevê, entre muitas outras coisas, que a prefeitura de Teresópolis vai dispor de um completo Centro Administrativo, que inclusive já está construído onde funcionava a parte de gestão da antiga fábrica, e onde serão apenas instituídas modernizações e adequações para um prédio que pretende abrigar secretarias e repartições públicas municipais. O antigo prédio de administração possui cerca de três mil metros quadrados de área construída e mais três mil metros de terreno disponível e já organizado para estacionamento. Segundo os idealizadores do projeto, essa área pode ser ocupada por secretarias municipais que hoje pagam aluguel, o que poderia, por exemplo, permitir que o Palácio Teresa Cristina, onde hoje funciona toda a gestão da Prefeitura, seja dedicado apenas para o gabinete do prefeito, e outras atividades como teatro e museus.
Outras novidades do empreendimento também prometem mexer com a rotina do teresopolitano, como a criação do Parque Municipal, que segundo o projeto executivo terá quatorze mil metros quadrados, que além da já presente vegetação suntuosa, contará também com uma ciclovia de aproximadamente mil e quinhentos metros e outros equipamentos urbanos para a prática de atividades ao ar livre. Tais mudanças somam dentro do projeto uma área total de 160 mil metros quadrados, onde metade disso passa a ser de responsabilidade do município, seja pela doação de edificações ou áreas edificáveis ou em áreas de uso geral da população. O histórico túnel do trem que passa pela área da fábrica e liga ao bairro da Beira Linha, também será doado para a prefeitura que poderá constituir o espaço como um centro cultural ou atendimento turístico. Com 270 metros de extensão, o túnel guarda grande potencial para se transformar, por exemplo, em uma grande galeria de exposição artística, ou centro de apresentações musicais, tudo a ser delimitado pela própria gestão municipal.
Talvez a maior novidade relacionada ao empreendimento seja a possibilidade de Teresópolis abrigar o maior Shopping Center de toda a região serrana na área onde funcionava a produção têxtil da Sudamtex. A possibilidade não é meramente especulativa, e já estaria na fase de fechamento de negócio, já que ao menos três grandes corporações controladoras de estabelecimentos do tipo no país, chegaram ao proprietário do espaço depois de uma pesquisa que mostrou a cidade de Teresópolis entre as “ideais” para se implantar um shopping de médio ou grande porte. O galpão onde ficavam as máquinas, por exemplo, que possui quinze mil metros quadrados, seria uma destas áreas almejadas por incorporadores. A parte dedicada aos condomínios empresariais, por exemplo, com aproximadamente trinta lotes de mil a dois mil metros quadrados, já estaria reservadas a diversas empresas da cidade e de fora dela.
Parte da estrutura, já edificada e praticamente pronta para o uso, estaria fechada com uma grande Universidade do país, que possui planos de expansão ambiciosos em Teresópolis. São dois mil e quinhentos metros quadrados já prontos com possibilidade de ampliação para quatro mil, o que já elevaria este estabelecimento universitário ao segundo lugar em termos de abrangência na cidade. Toda a parte da frente da antiga Sudamtex, onde hoje existem alguns estabelecimentos comerciais, será transferida em forma de comodato para que um Centro de Treinamento Profissional seja instituído, cabendo aí parcerias com instituições como o Senac, o Senai e a FIRJAN. Como uma das preocupações motrizes do TAC foi a ambiental, todo o projeto está sendo monitorado pelo MP e pelo INEA, que até o mês de março deve autorizar de vez o empreendimento. O INEA ainda estuda a criação de um Centro de Monitoramento no local, onde seriam aferidas a qualidade da água, o volume de chuvas, entre outras ações.


Outras novidades do empreendimento também prometem mexer com a rotina do teresopolitano, como a criação do Parque Municipal, que segundo o projeto executivo terá quatorze mil metros quadrados

 

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Edição 23/11/2024
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