Municípios da Região Serrana do Rio têm recebido recentes avanços na área da saúde. Entre as 16 cidades que compõe este grupo, Petrópolis e Teresópolis surgiram como “satélites”, para a realização de intervenções cirúrgicas que devolvem a qualidade de vida para pacientes com complicações cardiovasculares severas. Com mais de 200 procedimentos contabilizados em Petrópolis e após dar o pontapé para a expansão do trabalho nas localidades vizinhas, o especialista em arritmias e cardiologista Tayene Quintella, realizou em fevereiro, o primeiro procedimento de Estudo Eletrofisiológico e Ablação por Radiofrequência de Teresópolis, colaborando para o tratamento das alterações elétricas que provocam modificações no ritmo das batidas do coração. “O estudo eletrofisiológico serve para identificar o foco da arritmia. Uma vez identificado, realizamos a ablação, que é uma cauterização por aumento de temperatura, podendo resolver o problema”, explica o cardiologista.
A equipe contou com o suporte dos eletrofisiologistas Dr. Rafael Rangel, Dr. Nilson Araújo, Dr. Cláudio Munhoz e Dr. Leonardo Siqueira, a enfermeira instrumentadora Vanessa Valéria, além dos anestesistas Júlia Gomes e Rafael Teixeira. O paciente submetido as intervenções é um médico de 30 anos, que já havia tratado uma arritmia há 10 anos, durante a faculdade. Após passar mal recentemente no aeroporto, foi encaminhado a um cardiologista que indicou o médico petropolitano. O trabalho foi realizado no Hospital das Clínicas de Teresópolis Costantino Ottaviano (HCTCO), que passa a contar com um novo Serviço de Arritmia e Eletrofisiologia Cardíaca, comandado pelo Dr. Tayene. “Ele me procurou em Petrópolis, mas como mora e trabalha em Teresópolis, sugeri que fizéssemos o procedimento no HCTCO. Agora, ele será o primeiro paciente da nova fase do hospital”, comentou o especialista.
Com a conquista, a equipe agora busca expandir o alcance dos serviços para cidades vizinhas, como Nova Friburgo, Três Rios, Areal, São José do Vale do Rio Preto, além de toda a região serrana, tornando possível o controle de complicações severas no coração, que podem ser solucionadas graças aos avanços da medicina.
Uma das abordagens, que é uma novidade no Brasil e pode chegar ao interior do Rio, é a ablação de fibrilação atrial por campo pulsado, que utiliza um campo elétrico gerado na ponta do cateter para isolar as veias pulmonares sem a geração de energia térmica. Essa abordagem reduz uma série de complicações, dificuldades e limitações presentes em outras tecnologias, garantindo maior precisão e menor impacto nos tecidos saudáveis. Dessa forma, o método diminui os riscos e acelera o tempo de recuperação dos pacientes em comparação aos procedimentos tradicionais.