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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Rio que atravessa Campo Grande e Posse bastante assoreado

Moradores alertam para ampliação dos riscos durante o período chuvoso

Marcello Medeiros

A menos de um mês de completar 15 anos a data que muitos teresopolitanos nunca vão esquecer, o 12 de Janeiro de 2011, quem vive em bairros duramente afetados pela maior catástrofe natural da Região Serrana do Rio de Janeiro tem muitos motivos para continuar se preocupando com problemas gerados no período de chuvas intensas. Um deles, o transbordamento de cursos d´água. E isso porque não é preciso um volume assustador de chuva, como ocorreu na fatídica madrugada. Devido à falta de limpeza, rios como o Príncipes, também conhecido como ‘Córrego Antônio José’, que nasce em Campo Grande e deságua na Cascata do Imbuí, atravessando toda a Posse, está bastante assoreado e consequentemente a passagem da água afetada.
“O verão vem aí e as fortes chuvas também! O programa Limpa Rio precisa ser mais atento, rápido, eficiente em realizar o serviço pelo menos uma vez por ano na localidade. A população local reclama da morosidade e descaso com uma das áreas mais atingidas pela Tragédia”, denunciou nas suas redes sociais Louis Capelle, que faz parte da Associação de Amigos e Moradores do Bairro da Posse.
O Diário entrou em contato com o Instituto Estadual do Ambiente, o INEA, responsável por ações nos cursos d´água, mas não obteve resposta até o fechamento dessa edição se ocorrerá o chamado ‘Limpa Rio’ nessa localidade. No caso da Posse, aliás, deve ser planejado um serviço manual, visto que, diante das obras realizadas no local pós 2011, transformando o era um rio em canaletas com vários degraus, máquinas não conseguem acessar o curso d´água.

Em alguns pontos, se vê muito pouco do curso d´água. Moradores temem prejuízos no período de chuvas fortes. Foto: Louis Capelle / AMA Posse

Barreiras seguem abandonadas
Recentemente, Capelle também usou as redes sociais para denunciar que em Campo Grande, um dos bairros mais afetados em 2011, surgiram vários projetos de grandes barragens para a contenção de novas cheias, mas, no máximo, foram instaladas grandes barreiras para a retenção de galhos, pedras e outros detritos em alguns pontos dos dois cursos d´água que cortam a localidade. E tais estruturas, que custaram aproximadamente R$ 4,4 milhões dos cofres públicos, não cumprem mais a sua função: foram depredadas ou estão deterioradas pela ação do tempo.
“Dinheiro público jogado fora! Você sabe o que são barreiras flexíveis de contenção de pedras, galhos e detritos? Para que servem? Seriam para amenizar possíveis cabeças d’água ou chuvas intensas nas cabeceiras das montanhas. Pois é! Com o esquecimento pelo Inea RJ de fazer sua limpeza e manutenção, a obra de gastos milionários está abandonada, na localidade do Campo Grande, sofrendo avarias e pinos sendo retirados. Mesmo a AMAPOSSE tendo alertado para possíveis danos a estrutura, ofícios, reportagens, nada tem sido feito pelo órgão competente. Até quando fechar os olhos? Outro descaso total. Mais uma vez algo precisa ser feito! A População local reclama da morosidade e descaso com uma das áreas mais atingidas pela Tragédia de 12/01/2011”, destacou Louis em suas redes sociais.

magem de 2012 mostra o que foi feito: rio deixou de ser um curso d´água para virar uma grande canaleta, que depois foi tomada por terra, pedras e muito mato. Foto: Arquivo

Muitas promessas, pouca ação
As barreiras de contenção de detritos foram construídas com recursos do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (INEA RJ) e do Governo Federal, sendo instaladas entre novembro de 2018 e julho de 2019. Antes delas, havia a promessa de construção de uma grande barragem no ponto mais afetado de Campo Grande, um sistema que reteria a água da chuva em caso de nova enxurrada a partir das montanhas no entorno da localidade. A obra, que seria custeada pela Caixa, chegou ser sinalizada, mas nunca saiu do papel – assim como a criação de um parque fluvial ao longo de todo o córrego Antônio José, também conhecido como Rio Príncipe, que nasce em Campo Grande e deságua no Paquequer, já na Cascata do Imbuí. Mais recentemente, foi anunciada uma parceria com o governo japonês para a criação de outro sistema de barragens, mais moderno e eficiente, mas que até agora também segue no campo das ideias.

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